Paralisação

Protestos no caminho

Sexta-feira deve ser sem ônibus até as 19h, em Pelotas; piquetes, portas fechadas e rodovias bloqueadas também devem marcar a Greve Geral

Paulo Rossi -

O dia de Greve Geral começará com força em toda a região. Ainda na madrugada inicia a formação dos primeiros piquetes. Em Pelotas, a sexta-feira deverá ser sem ônibus nas ruas até as 19h. É a intenção dos trabalhadores rodoviários, que engrossam a mobilização contra as reformas Trabalhista e Previdenciária. O dia tende a marcar, também, uma queda de braço entre a categoria e o Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas, que anunciou na quinta-feira (26) no final da tarde: está com todas as escalas de trabalho mantidas e a intenção é de que as linhas rodem normalmente.

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários, Claudiomiro Amaral, garantiu: ainda que venha determinação para colocarem 30% da frota em circulação - em função de ser serviço essencial -, os ônibus permanecerão nas garagens. “O movimento é grande demais para que a gente possa ter controle. Sair para as ruas significaria risco à segurança tanto dos rodoviários quanto dos nossos usuários”.

O que deve paralisar, além dos ônibus em Pelotas

Bancos - As agências, principalmente da área central, devem permanecer fechadas. A mobilização deve afetar bancos públicos e privados.

Comércio - A orientação do Sindicato dos Empregados no Comércio de Pelotas (Secpel) é para que a categoria paralise. A intenção dos lojistas, entretanto, é funcionar normalmente.

Justiça do Trabalho e Ministério Público do Trabalho - A realização de audiências e de sessões estará suspensa, assim como todos os prazos processuais e regimentais, inclusive do sistema de Processo Judicial Eletrônico. Os prazos ficam prorrogados para o próximo dia útil. As medidas urgentes serão atendidas em regime de plantão. 

UFPel, IFSul e escolas municipais e estaduais - A tendência é de que a maioria dos profissionais interrompa as atividades. 

UCPel e instituições privadas - A decisão do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro) é pela adesão à Greve Geral. Cada instituição, entretanto, definiu individualmente se fecharia as portas nesta sexta. Na quinta-feira, pela manhã, a Universidade Católica publicou nota em que recomenda a não realização de provas ou outras atividades de avaliação nesta sexta-feira, para evitar prejuízos aos estudantes.

No mesmo texto, a UCPel destaca que as atividades administrativas e acadêmicas ocorrerão normalmente neste sábado, inclusive com o início dos MBAs e especializações. A instituição ainda reforçou: o respeito às posições individuais, não proibindo a adesão ao movimento, nem agindo em represália de qualquer natureza.

Sexta também será de rodovias fechadas na Zona Sul

A expectativa é de que centenas de pessoas se reúnam, desde as primeiras horas da manhã, em São Lourenço do Sul, junto ao acampamento montado desde quarta-feira, às margens da BR-116. Integrantes da agricultura familiar ganharão o reforço de várias categorias, como municipários, bancários e trabalhadores da Alimentação.

“A nossa luta tem que ser mais explícita. Lugar de liderança sindical é debaixo de lona e não dentro de escritório ou gabinete”, cutucou um dos coordenadores do Comitê Municipal em Defesa da Previdência Social, o vereador Luís Weber (PT), ao lavar a louça onde seria servido o carreteiro do almoço.

A tarde foi de novos bloqueios na BR-116 e na RS-265, que tiveram o trânsito interrompido e liberado a cada média de 30 minutos. Um instrumento para pressionar pela derrubada das propostas do governo de Michel Temer (PMDB). Durante o manifesto, as lideranças aproveitaram para distribuir material com telefone e e-mail dos parlamentares gaúchos na Câmara e no Senado, com o apelo para a comunidade fazer contato direto com os políticos.

Entre os vários alertas, as lideranças reforçavam: O verdadeiro rombo da Previdência são as isenções fiscais às grandes empresas e a sonegação de impostos.

Palavra da PRF
A Polícia Rodoviária Federal também expediu nota na quinta-feira. A PRF afirmou não ser contra qualquer tipo de manifestação pacífica, desde que se garantam o direito à livre circulação e a segurança de todo usuário das rodovias federais. No documento, o órgão assegura que - tão logo tome conhecimento de bloqueios - adotará, primeiramente, o isolamento e a contenção da área, para garantir a segurança de todos e viabilizar possíveis desvios para permitir a fluidez do tráfego.

Confira algumas manifestações de apoio 

Ministério Público do Trabalho - Em trecho da nota lançada, na quinta-feira, o MPT reafirma sua posição institucional contra as  medidas de retirada e enfraquecimento de direitos fundamentais dos trabalhadores contidas no projeto de lei que trata da denominada “Reforma Trabalhista”, que violam gravemente a Constituição Federal de 1988 e Convenções Fundamentais da Organização Internacional do Trabalho.

Câmara de Vereadores de Pelotas - O Legislativo aprovou Moção de Apoio à Greve Geral e à liberação do ponto dos servidores municipais. O documento foi assinado por dez vereadores: Ivan Duarte (PT), Marcos Ferreira (PT), Fernanda Miranda (PSOL), Cristina Oliveira (PDT), Daiane Dias (PSB), Éder Blank (PDT), Ademar Ornel (DEM), Marcus Cunha (PDT), Reinaldo Magalhães (PTB), e Antônio Peres (PSB).

Arcebispo de Pelotas - Dom Jacinto Bergmann também se manifestou através de nota, no início da tarde da quinta-feira, e fez apelo para o debate envolver toda a sociedade e preservar, de maneira inclusiva, os direitos de todos. E reiterou: Não apoiamos nenhum partido político ou ideologia, mas, como Jesus Cristo, olhamos com carinho pelos que mais sofrem. Desejamos que todos, sobretudo os mais fragilizados, sejam ouvidos. 

As mobilizações em Pelotas

Manhã
Um dos pontos de encontro será o Calçadão. A concentração deve começar por volta das 9h.

Tarde
A partir das 13h - Haverá atividades culturais próximo ao Chafariz das Três Meninas, no Calçadão.

Às 17h - Haverá ato público, junto ao largo Edmar Fetter. Além de manifestações ao microfone, deve ter início uma marcha por ruas da área central.

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