Tecnologia

Redes sociais ajudam empreendedores, mas é necessário cuidado

Para alguns, perder uma conta online pode acarretar prejuízos. Especialista explica como utilizar o espaço de maneira mais segura

Foto: Divulgação - Victoria teve o perfil da loja no Instagram suspenso

Por Vitória de Góes
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Desde o início da pandemia, a procura para adquirir produtos sem sair de casa fez com que o número de lojas virtuais crescesse de forma exponencial. Segundo a Associação de Comércio Eletrônico, por exemplo, as vendas totais no e-commerce atingiram R$ 169,6 bilhões em 2022. Dessa forma, vendo a internet como uma oportunidade de trabalho, muitas pessoas decidiram apostar e usar as redes sociais como vitrines para os seus negócios. Mas, por ser um ambiente que pode estar sujeito a mudanças, os empreendedores também ficam suscetíveis a riscos.

A estudante Victoria Vacari abriu uma loja de moda com produtos personalizados na metade de 2021. Na época o negócio iniciou como uma forma de complementar renda, mas com a divulgação no Instagram a loja teve um salto de crescimento. “Através da plataforma eu consegui alcançar um público de todo o País, tanto que mesmo sendo de Pelotas, 90% das minhas vendas são para fora.”

Com o sucesso nas vendas, a estudante de Odontologia cogitou até mesmo trancar o curso para concentrar todos os esforços no novo negócio. Foi então que, em fevereiro deste ano, sem qualquer aviso prévio, o Instagram suspendeu a sua conta. Após diversos pedidos de recuperação através do suporte do aplicativo, Victoria decidiu criar uma nova conta, que também foi suspensa e, a partir daí, todas as tentativas de recomeçar foram banidas.

Apesar das compras serem realizadas em um site próprio, a vitrine era a rede social. Dessa forma, as vendas caíram e ela passou a ter prejuízo. Muitos clientes, por desconfiar do desaparecimento da conta no Instagram, cancelaram as compras e pediram estorno de valores. “Cheguei a entrar na Justiça e ganhei uma liminar que obrigava a plataforma a abrir o meu antigo perfil sob pena de R$ 1 mil por dia de descumprimento e mesmo assim não pagaram, parece que vivem fora da lei”, desabafa.

Victoria conta que devido à situação, ela pensa em desistir da loja e só não o fez ainda porque possui estoque e não gostaria de sair com um prejuízo ainda maior. “Eu tenho um custo alto, tenho que pagar contas, então eu não posso ficar esperando o suporte decidir liberar o perfil. Então estou tentando divulgar a loja de outras formas para ao menos terminar com o estoque que eu tenho e depois decidir se encerro.”

Ambiente online exige atenção
A facilidade de escolher produtos e entrar em contato com empresas através do celular, utilizando canais como Instagram, Facebook e WhatsApp, se potencializou a partir da pandemia de Covid-19. É o que explica a doutora em Comunicação e Informação e coordenadora do Laboratório de Mídia, Discurso e Análise de Redes Sociais da UFPel, Raquel Recuero.

Segundo a especialista, é importante para os negócios manter presença no ambiente virtual, mas essa não deve ser unicamente nas plataformas uma vez que as contas podem ser suspensas a qualquer momento, impedindo o contato com os clientes.

“Cada vez mais as pessoas usam mais de uma plataforma, elas veem a loja pelo Instagram, mas entram em contato e finalizam a compra pelo WhatsApp, por exemplo. Mas de qualquer forma eu sempre digo que é importante que o empresário não fique dependente dessas plataformas, porque é um espaço que não tem necessariamente uma lei”, explica.

Ainda, entre os problemas mais comuns enfrentados por quem possui lojas virtuais, estão contas fakes que se passam pelo perfil oficial. A dica da especialista é que o empreendedor mantenha uma relação com os clientes de informar qual é o seu espaço. “É bom deixar claro onde se está presente, estar em mais de um canal, mas não ser totalmente dependente desses para o contato com os clientes”, finaliza.

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