Vandalismo
Reflexo de um problema maior na Z-3
Igreja é depredada e parte do terreno se transformou em ponto de consumo de drogas
Paulo Rossi -
Na Colônia de Pescadores Z-3, em Pelotas, a igreja Santuário dos Navegantes e o salão paroquial têm sido alvo da depredação. Vitrais e lâmpadas quebrados, lajotas arrancadas, rabiscos nas paredes e cercas destruídas são resultado do desrespeito de adolescentes. Porém, essa situação é consequência de um problema ainda mais grave: o uso de drogas entre os jovens.
O terreno próximo ao salão paroquial virou ponto de consumo de entorpecentes, especialmente do crack, diz o padre Eneias Carniel, responsável pela comunidade. O pároco conta que grande parte dos reparos feitos pelos moradores para a Festa de Navegantes foi destruída, mas que no momento os danos materiais são a menor das preocupações. “O que dói é ver a juventude se perdendo nas drogas”, afirma. Cercar o terreno não é uma opção cogitada, pois apenas isola e transfere o problema, explica o religioso.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Aldo Bruno Ferreira, o Tenente Bruno, a ronda rural passa em vários horários na Z-3, tanto de dia quanto à noite, mas um planejamento específico para que o trabalho da Guarda Municipal seja intensificado na região ainda está sendo feito. “As patrulhas acontecem o maior período possível, dentro das nossas limitações”, explica o secretário, que aposta também no concurso público para novos guardas como meio de ampliar as abordagens na localidade. Outra iniciativa da secretaria é a Guarda Mirim, onde no turno inverso ao escolar os jovens participam de oficinas e palestras de conscientização sobre temas como uso de drogas, preservação ambiental e segurança.
Para tentar combater o problema, uma alternativa encontrada pela comunidade foi através da educação e do esporte. A professora Liceuma Pontes e a designer Natália Bernardo encabeçam o Comunidade em Rede, projeto que tem apoio da prefeitura, do Ministério Público, da Caritas, entre outras entidades, e viabiliza aulas de muay thai para 30 crianças e adolescentes entre sete e 18 anos, além de promover rodas de conversa com os adultos sobre variados temas, como empreendedorismo e histórias da colônia de pescadores.
O que mais entristece a jovem designer de 26 anos é o fato de encontrar conhecidos entre os usuários. “São ex-colegas meus e da minha irmã mais nova”, conta Natália, que vem se mobilizando para expandir ainda mais o Comunidade em Rede. Neste mês, os moradores engajados têm a expectativa de abrir oficinas de fotografia, música e audiovisual, com o apoio de voluntários.
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