Em discussão

Renovação do IPE-Saúde em Jaguarão gera polêmica

Com aumento na alíquota, Prefeitura repassa toda alta ao funcionalismo; Câmara aprova por unanimidade, mas critica pressa para votar

Foto: Divulgação - Texto foi votado pela Câmara de Vereadores às pressas e provocou críticas

A renovação do contrato da Prefeitura de Jaguarão com o IPE-Saúde gerou polêmicas entre o Executivo e Legislativo, além de desagradar os servidores. Isso porque o aumento da alíquota de 13,2% para 14,45% do salário foi todo repassado aos trabalhadores, sem contrapartida da patronal que, neste caso, é o Município.

Além do impacto sobre o funcionalismo, o texto provocou críticas porque foi votado pela Câmara de Vereadores às pressas devido ao prazo apertado para que a medida fosse analisada e passasse a vigorar. Conforme o que foi encaminhado pelo Executivo e aprovado pelo Legislativo, o desconto nos salários dos servidores, que antes era de 4,15%, aumentou para 5,4%.

Ao Diário Popular, o relator do projeto na Comissão de Orçamento e Finanças (COF) da Câmara, Luciano Barreto Terra (PP), diz que o voto favorável à proposta, unanimidade entre os vereadores, foi dado pela pressa. "O Poder Executivo acabou nos colocando contra a parede. Se tivéssemos rejeitado a proposta, os servidores iriam perder o direito ao IPE-Saúde", sustenta.

Terra diz que o prazo apertado impediu debates com a comunidade. No parecer da COF, o vereador cita que o texto foi protocolado na terça-feira (20). A votação ocorreu três dias depois. Terra afirma que chegou a apresentar emenda propondo a divisão do aumento da alíquota meio a meio entre servidores e Prefeitura. A proposta, segundo ele, teria sido apenas uma forma de protesto para ao menos levar o assunto à plenária. A sugestão foi retirada antes de ser debatida, ainda conforme Terra, por considerar que não teria como avançar. "Ficou escancarada a intenção clara do Poder Executivo de transferir para os servidores esse aumento."

Prefeito explica decisão
O prefeito diz estranhar as críticas diante da aprovação por unanimidade do projeto. Rogério Lemos Cruz (MDB) defende o repasse maior ao servidor, alegando que a maior parte dos valores que somam o percentual de 14,45% já é paga pela Prefeitura, com 9,05%. "E o IPE é um plano optativo. O servidor tem se quiser. Tanto que a grande maioria dos servidores usa o Sistema Único de Saúde."

Sobre a reclamação de vereadores de demora para protocolar o texto na Câmara, o prefeito afirma ter repassado ao Legislativo logo após receber do governo do Estado a notícia do reajuste. Cruz diz considerar o valor "ínfimo" e aponta que, se gerasse maior impacto financeiro no bolso da população, teria sido feita uma audiência pública.

O chefe do Executivo diz também que considera o serviço do IPE precário e que muitas outras Prefeituras já não dão contrapartida. "E isso também é uma questão que eu tinha que assinar agora. Assinei. Pode voltar essa discussão à baila e a gente repensar quanto ao IPE, ou outro plano de saúde. Eu considero hoje o IPE um plano caro e sem resolutividade", critica, dizendo que o plano não oferece serviços como ambulância no Município, com o SUS atendendo muito mais.

A reportagem procurou o Sindicato dos Servidores Municipais de Jaguarão, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Canguçu comemora 166 anos com festividades Anterior

Canguçu comemora 166 anos com festividades

Reunião propõe vagas em Medicina para assentados na UFPel Próximo

Reunião propõe vagas em Medicina para assentados na UFPel

Deixe seu comentário