Problema

Residentes de ginecologia e obstetrícia do HE também irão aderir à greve

Alunos oficializaram apoio aos colegas da cirurgia geral e parada das atividades está prevista para os próximos dias

Foto: Divulgação - DP - Dois grupos de residentes anunciaram greve

Por Lucas Kurz
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Em apoio aos residentes da cirurgia geral, nesta sexta-feira (27) os residentes de ginecologia e obstetrícia do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE/UFPel) também anunciaram greve, ainda sem data de início confirmada. Em carta, eles destacam que compartilham da mesma opinião dos colegas e pedem a contratação de novos anestesistas. A direção da instituição de ensino e saúde diz não ter sido informada da mobilização.

O caso é uma nova etapa de um problema que vem se tornando cada vez maior nos últimos meses. Iniciou com a saída de anestesistas, o que culminou na redução de procedimentos e, por consequência, a indignação dos residentes da cirurgia geral que estão passando pelo período de formação final com poucas práticas e, por isso, nove dos 13 médicos entraram em greve. Na quinta-feira, o DP noticiou que ambulatórios cirúrgicos estão sem atender. Na Câmara de Vereadores, o líder do governo, vereador Marcos Ferreira, o Marcola (UB), chegou a pedir o rompimento de contratos do Município com o hospital, o que foi descartado pela Secretaria Municipal de Saúde. Agora, os ginecologistas e obstetras seguem o mesmo caminho.

A carta, enviada à Comissão de Residência Médica (Coreme), pede resolução para o problema que afeta diretamente pacientes e sua formação técnica. Eles dizem que, mesmo com a maternidade em funcionamento, a operação não é plena, tendo as atividades paradas quando ocorre cirurgia de emergência, atrapalhando seu processo de formação. Eles pedem urgência na contratação de novos anestesistas. "Nosso programa de residência é muito atrelado à prática cirúrgica, então é um programa de residência que se não tiver bloco cirúrgico funcionante diariamente a gente não consegue ter um bom embasamento, uma boa formação", diz um residente ouvido pela reportagem. O profissiona, ressalta, ainda, as perdas que a sociedade tem sem a prática plena dentro do único hospital totalmente SUS de Pelotas.

Adesão total
Sem resposta da Coreme até o fechamento desta edição, os residentes ainda não formalizaram a data de início da greve. No entanto, o indicativo é de adesão total, com todos os 18 médicos participando. Um outro temor deles é o potencial fechamento da residência cirúrgica, pedido pelos próprios estudantes. Na terça-feira, a pedido da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), a Comissão Estadual de Residência Médica (Cerem) realizou visita de avaliação das denúncias dos médicos e das condições e atividades do programa de residência em cirurgia geral. A Comissão ouviu os residentes e também a direção do hospital. O parecer da vistoria pode indicar readequações ou determinar o encerramento do programa.

Junto com as preocupações quanto à formação, há também o temor com os pacientes. "A gente está enfrentando uma realidade de pouquíssimos procedimentos, uma realidade em que muitas vezes a gente está com uma maternidade cheia", lamenta um dos profissionais de ginecologia e obstetrícia que irá aderir à greve.

Hospital se pronunciará na terça
Em nota, o hospital disse não ter sido comunicado da possível paralisação. A instituição também disse que na terça-feira a UFPel promoverá uma entrevista coletiva na qual serão abordadas todas as medidas possíveis que estão sendo adotadas para reverter o quadro. A instituição ressaltou que a maternidade segue com atendimento normal e aberta ao público.

Na quinta-feira, o governo federal publicou o chamamento público para contratação emergencial e temporária de empresa especializada na prestação continuada em serviços de anestesiologia para suprir a demanda no HE. A estimativa é de 22 profissionais para plantões diurnos de 12 horas. Paralelamente, uma licitação via pregão eletrônico está em andamento, com abertura de sessão no dia 16 de fevereiro, que prevê a contratação de empresa para prestação de serviço de anestesiologia. As propostas devem ser enviadas até o dia 31 de janeiro, para o e-mail [email protected]. Mais informações pelo telefone (53) 3248-4983.

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