Por Victoria Fonseca
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

Com reoneração de impostos federais como Pis e Cofins, a partir de quarta-feira (1º), ao chegar nos postos de combustíveis, os consumidores irão encontrar preços mais altos. O retorno da tributação impactou no aumento de R$ 0,34 no litro da gasolina e R$ 0,02 no do etanol. A divulgação do reajuste, em Pelotas, fez a população correr para encher o tanque antes da meia noite de hoje. Já um gerente de postos do Município afirma que antes da nova precificação oficial, refinarias já estavam repassando aumento, que chegou até R$ 0,30 nos últimos cinco dias.

A partir do vencimento da Medida Provisória que prorrogava desoneração de impostos sobre combustíveis até a meia noite desta terça, o Ministério da Fazenda anunciou o retorno da cobrança dos tributos. Conforme o Ministro Fernando Haddad, a reoneração será de R$ 0,47 para a gasolina e R$ 0,02 para o etanol.

Entretanto, a partir do anúncio da Petrobras de redução dos preços para as distribuidoras, o impacto no aumento do valor preço da gasolina será de R$ 0,34. O reajuste menor se deve a diminuição pela empresa de R$ 0,13 no litro do combustível. Ainda de acordo com o Ministro, a reoneração foi parcial, pois com cobrança integral dos impostos, o valor seria de R$ 0,69 no litro da gasolina e R$ 0,24 no etanol.

Para suprir a diferença de arrecadação, Haddad anunciou que foi criado um imposto sobre a exportação de óleo cru, passando a valer durante quatro meses a alíquota de 9,2%. O Ministro enfatizou que as medidas são necessárias para recompor o orçamento público. Já a desoneração de tributos no óleo diesel e gás de cozinha ficará vigente até o final do ano.

Cenário em Pelotas
Após anúncio na segunda-feira de retorno da tributação federal, a movimentação nos postos de combustíveis passou a ser mais intensa. A busca era por encher o tanque pelo valor mais barato possível, antes do reajuste. No início da tarde desta terça-feira, uma das pessoas que estava na fila para abastecer era Ivan Almeida. Motorista de aplicativo, ele diz que o aumento dos preços irá impactar intensamente nos lucros. "Tanto pelo custo das viagens, vai se tornar uma margem bem menor".

Para José Francisco Terra, a desoneração teria que continuar pelo menos até o final do ano, devido ao cenário de crise econômica no País. "Como eles vão aumentar a gasolina na crise que nós estamos e a gente que depende do carro pra trabalhar, é uma situação delicada para todo mundo." O reciclador foi informado do retorno dos tributos pela reportagem, ao saber da informação, ele afirmou que à noite, após o trabalho, iria voltar ao posto para completar o tanque.

Aumento significativo
Gerente de dois postos de combustíveis, Leandro Martin conta que desde segunda-feira as vendas aumentaram consideravelmente. Ele menciona que os estabelecimentos só deram conta de demanda devido ao estoque ter sido reposto recentemente. Entretanto, nas compras das refinarias nos últimos cinco dias, o repasse de reajuste de preço já estava ocorrendo. "A refinaria não esperou a volta oficial do imposto, só que eu não posso repassar [o valor] para os clientes".
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Aumento de inflação
Com a reoneração, o impacto no bolso dos consumidores não será somente no momento de reabastecer os veículos, mas também na hora das compras. Conforme o Professor de Macroeconomia do Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada da UFPel, Marcelo Passos, o aumento de valores irá atingir o índice da inflação.

Ele explica que conforme o último índice IPCA, o cenário é de um aumento de inflação disseminado por diversos produtos. "E vários desses itens sofrem o impacto de preços de combustíveis", complementa. No entanto, a depender da política de preços da Petrobras, ainda não dá para dimensionar se o impacto será grande.