O indicativo de greve dos trabalhadores rodoviários de Pelotas será discutido nesta quinta-feira (24).

Em reunião, o Sindicato dos Trabalhadores nos Transportes Rodoviários (STTRP) também tomará posição sobre a proposta de aumento salarial de 6,55% oferecida pelas empresas, valor abaixo da inflação e das reinvindicações iniciais.

O presidente do sindicato, Éder Blank, adianta que, se aprovada a paralisação, os serviços em todo setor urbano já não funcionarão a partir da meia-noite de quinta-feira. Tudo depende das negociações durante a conversa que ocorrerá na sede do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Pelotas (SETRP), entre trabalhadores e patrões, a partir das 16h, e da decisão em que chegarão os funcionários em convocatória às 20h30.

Desde o dia 13 de novembro a tarifa dos ônibus subiu 6,55% - mesmo percentual de aumento oferecido pelo SETRP - informou o secretário executivo do Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP), Enoc Guimarães. As passagens passaram de R$ 3,05 para R$ 3,25, e no caso dos estudantes de R$ 1,22 para R$ 1,30.

O transporte seletivo foi para R$ 4,55. O valor, no entanto, ainda é menor do que o reajuste dado pelo indicador utilizado para calcular o aumento salarial dos trabalhadores, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 8,5%. Esse último foi o percentual final proposto pelos trabalhadores e recusado pelas empresas, o que motivou o indicativo de greve.

“Não aceitaremos receber menos do que a inflação”, enfatizou Blank. Ele relembra a proposta inicial de 14%, da qual os trabalhadores já negociaram a diminuição de 5,5%, mas afirma que não concordarão com um valor menor.

Fora das negociações
O Poder Público não está envolvido nas discussões. O gerente de Transportes da Secretaria de Transportes e Trânsito, Paulo Osório, afirmou que a prefeitura não faz parte do processo de negociação, apesar de ter aprovado o aumento do preço das passagens. “Agora é entre os sindicatos”, disse. 

Procurado pelo Diário Popular, o advogado do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Pelotas (SETRP), Aires Martins, não se manifestou. Ele disse que os empresários só irão se posicionar após receberem uma resposta formal dos rodoviários.