Problema

Seleção pública em Canguçu gera polêmica

Candidatos apontam supostas irregularidades no método de avaliação e inconsistências em gabaritos

Divulgação -

Por Victoria Fonseca
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

Processos seletivos para contratação temporária emergencial em diversos cargos da administração pública de Canguçu realizados na segunda e terça-feira têm sido alvo de reclamações dos inscritos. Erros na formulação de questões, inconsistências em gabaritos e suposta aplicação de mesma avaliação de Língua Portuguesa para grupos com diferentes requisitos de escolaridade são alguns dos apontamentos.

As provas realizadas no início da semana para suprir a demanda de contratação de profissionais em diferentes segmentos do Município, como na educação e saúde pública, foram motivo de dezenas de comentários negativos nas redes sociais. Com fotos das provas e questionamentos sobre o método de avaliação, os candidatos relataram os problemas também ao Legislativo. Conforme o vereador Jardel Oliveira (PSDB), várias reclamações chegarem ao seu conhecimento.

"No momento que eu saí da prova de cuidador já tinha gente falando que as dez questões [de Língua Portuguesa] eram as mesmas da prova de servente", relata uma das concorrentes, que preferiu não ser identificada. Para o cargo de cuidador, o edital exigia Ensino Médio completo, enquanto para o de servente a seleção previa Ensino Fundamental incompleto. A candidata, inclusive, mostra imagens de duas provas que contêm as mesmas perguntas de grámatica para sustentar a sua alegação.

Outra pessoa, que também quis manter anonimato, relata ter realizado o processo seletivo para a vaga de professor de História e que considerou os critérios da prova de títulos "estranhos". O motivo da reclamação é que seriam considerados eventos de 40h ou mais desde que o candidato não tenha atuado como palestrante ou organizador. "Quer dizer que se vais num evento de 40h da tua área e se apresentas um trabalho de pesquisa isso invalida a tua pontuação em um processo seletivo para contratação de professores?", questiona.

Já um inscrito relata que desistiu de participar da seleção por causa da prova de títulos porque o certame cobrava a apresentação de cópias dos certificados autenticados no cartório, gasto que algumas pessoas não tinham como arcar. "Me inscrevi, mas acabei desistindo", confirma.

Questionamentos na Ouvidoria

Matheus Lopes, um dos candidatos, chegou a protocolar na Ouvidoria do Município questionamentos sobre as possíveis incoerências do concurso. Uma das reclamações é sobre o cargo de agente de saúde. No edital, é exigido Ensino Médio completo e carteira de motorista na categoria B, diferentemente das seleções anteriores em que os concursados só necessitavam ter o Ensino Fundamental. "Teria que seguir o mesmo critério utilizado na seleção de agentes já contratados", argumenta.

Em resposta, a Prefeitura indicou que a previsão de CNH para o cargo se deve ao fato de que há projeto de lei em avançada tramitação, alterando os requisitos do cargo. "O processo seletivo foi montado em cima de um projeto de lei que irá alterar. Nem sabemos se o projeto vai ser aprovado ou não", constata Matheus.

Seleção virou pauta na Câmara

Na sessão de quarta-feira (8) da Câmara de Vereadores, Oliveira e outros parlamentares levantaram a questão sobre as reclamações da população e afirmaram que irão cobrar providências da Prefeitura. "No sentido de regularizar isso porque vai causar uma injustiça. Mais de 30% das questões que estão claramente erradas. Erros de geografia, colocaram a localidade de Harmonia como alternativa de cidade vizinha a Canguçu", exemplifica.

A reportagem tentou contato durante a tarde de quarta com o secretário de Administração Cristian Rodrigues da Cruz para comentar o caso, mas as ligações não foram atendidas e não houve retorno às mensagens enviadas.

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