Inicia neste sábado (16) a programação oficial da Semana Farroupilha, data máxima para muitos gaúchos. Mateadas, apresentações musicais, desfiles com cavalarias e almoços e bailes nos CTGs são parte da agenda para comemorar a Revolução Farroupilha, revolta pela proclamação da República brasileira, que se estendeu de 1835 a 1845. Piratini, berço da Revolução Farroupilha, também receberá desfile e demais atividades de CTGs e piquetes.

Para manter essa cultura viva, a chave é investir nos jovens e nas crianças, já que são eles o futuro do tradicionalismo. A fala é de Hilda Heinen, coordenadora da 26ª Região Tradicionalista, composta por Pelotas, Capão do Leão, Morro Redondo, Arroio do Padre e Turuçu, à frente da organização da Semana. Ela esteve no Diário Popular, ao lado do vice-prefeito Idemar Barz e dos representantes farroupilhas Paulo Bastos e Letícia Conter, para divulgar o cronograma de celebrações.

Este ano a chama não será itinerante - chegou no 9º Batalhão de Infantaria Motorizado no dia 13 e neste sábado será distribuída para as entidades tradicionalistas da cidade. Depois, ficará no Mercado Central, onde haverá a solenidade de abertura da Semana Farroupilha, às 16h. No dia 20 será conduzida pelos cavalarianos até a avenida Bento Gonçalves para o tradicional Desfile Farroupilha, marcado para as 10h. Serão entre 300 e 400 cavalarianos na avenida.

Outra novidade é a criação da Gincana da Paz, em que as entidades competem para angariar alimentos não perecíveis, brinquedos e doações de sangue. Os três CTGs que conseguirem maior número de doações terá como prêmio o transporte para a final do Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart) 2017, em Santa Cruz. Os donativos serão entregues à Secretaria de Assistência Social, responsável por distribuir para famílias em situação vulnerável.

Em Piratini
Piratini, famosa por sediar grandes festejos tradicionalistas, quase teve a Semana Farroupilha cancelada. Em junho o prefeito Vitor Ivan Gonçalves Rodrigues informou que o cancelamento era devido à difícil situação financeira do município. No entanto, após pressões da população e de lideranças políticas, a gestão decidiu contratar uma empresa através de licitação, que ficou responsável por organizar o evento. A cidade receberá diversas atividades abertas ao público e programação paga no Centro de Eventos Erni Pereira Alves, na Estrada das Tropas.

O vereador Macega Guastucci (PMDB), envolvido com as entidades gaúchas do município, afirma que a Semana perdeu sua essência. "O sentimento da população foi horrível", diz, argumentando que, devido às atrações escolhidas pela empresa, o tradicionalismo não está tão presente quanto nos anos anteriores.

No entanto, o desfile de 20 de Setembro continuará o mesmo, com cerca de mil cavalarianos. Mateadas, rondas crioulas, invernadas, apresentações de CTG, shows musicais e rodeios são parte do cronograma, na cidade ou no Centro de Eventos, com entrada paga.

O tradicionalismo gaúcho tem raízes em agosto de 1947, data em que jovens estudantes do meio rural, ao lado da Liga de Defesa Nacional, criaram a Chama Crioula e estabeleceram esta como símbolo da união entre Rio Grande e Pátria Mãe.