Reivindicação

Simers busca melhorar salários

Solução, segundo categoria, para corrigir a baixa remuneração dos médicos das UBSs passa por um plano de cargos

Jerônimo Gonzalez -

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) vai manter mobilizados os profissionais que atendem nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Pelotas até o final do ano e fará pressão na Câmara de Vereadores para aprovar emenda ao Orçamento 2017, que inclua um completivo aos seus salários. Também agendou audiência com a prefeita eleita Paula Mascarenhas (PSDB) para tentar um diálogo, informa o membro do Conselho de Representantes do Simers em Pelotas, Marcos Schenatto. O principal pleito da categoria é o Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos Médicos (PCCVM), com repactuação do trabalho do profissional no âmbito da prefeitura.

Como situação emergencial, os médicos das UBSs solicitam um completivo que outras categorias do município já possuem, mas não houve acordo com relação ao valor. O descontentamento salarial já motiva o desligamento de médicos do quadro municipal. Conforme Schenatto, nos últimos dois anos 35 profissionais deixaram a prefeitura devido às condições de trabalho. Além disso, as reposições, quando ocorrem, são feitas por plantonistas. Isso acontece por falta de interesse da classe nos concurso públicos para estatutários, em razão do salário-base, de pouco mais de R$ 2,1 mil. Os plantonistas recebem R$ 35,00 por hora, enquanto os estatutários R$ 27,50, diz.

As reposições de médicos não são vedadas em razão de período eleitoral, ao contrário do aumento da hora de plantão, mas não acontecem de uma hora para outra, pois há um prazo previsto por legislação, explica a diretora executiva da Secretaria Municipal de Saúde (SM), Ana Costa, ao reconhecer que sempre vai haver um problema pontual, como a saída de alguns profissionais, seja pelos motivos que forem. As substituições obedecem prazos legais, por isso não podem ser feitas de imediato.

Salienta que a população não está prejudicada com isso, pois pode desfrutar de uma oferta de cinco mil consultas/mês só na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e 120/dia na Ubai Navegantes, que nem está atingindo essa capacidade. Quanto aos valores da hora dos médicos, explica que a administração está engessada até o final do ano, pois por lei não pode efetuar gastos que sejam para o próximo exercício nem extrapolar o que foi orçado para este.

Schenatto ressalta estar na prefeitura há 15 anos e afirma que os problemas nas UBSs sempre existiram. Afirma que não há como atender à demanda com a carência de profissionais existente. Especialistas são poucos. “De cardiologista, só eu”, assegura. Afirma que o ponto biométrico não é questionado pelos médicos, mas sim a baixa remuneração. “A luta do Simers é pelos estatutários”, frisa.

Posto do Laranjal prossegue deficitário
No caso específico da UBS Laranjal, onde uma médica está em licença e a única em atividade vai sair em férias, já foi providenciada a contratação de outro, que teoricamente seria o segundo e supriria o déficit, informa a superintendente de Atenção Básica da SMS, Eliedes Ribeiro. Mas como a clínica geral vai sair por um período, o problema de um só para atender toda a demanda tende a persistir até a volta dela. Eliedes destaca, porém, que para o veraneio estará regularizada a situação.

Apesar da carência de médico, os usuários elogiam o atendimento e a equipe de enfermagem. Um morador do Laranjal há 30 anos, que utiliza os serviços da UBS do balneário Santo Antônio, conta que a situação atual é de dificuldade em alguns aspectos. Na sexta-feira não é realizada consulta médica, assim como não há ginecologista nem pediatra, duas especialidades com bastante procura, diz o aposentado de 64 anos, que prefere não se identificar.

Há seis meses, de acordo com ele, a unidade está com apenas uma médica, que se desdobra para atender a todos. Pelas 4h30min, mais tardar 5h, já tem fila na frente para o agendamento, afirma. A UBS Laranjal disponibiliza 31 consultas por semana, dez delas para idosos, conforme consta em cartaz afixado na parede.

Em outras unidades também faltam especialistas, entre eles pediatra e ginecologista, como na do Obelisco. A trabalhadora em serviços gerais Lúcia Andrea Dias, 41, consulta na UBS do bairro há cinco anos e não tem queixas. Para a vendedora Edna Medina, 37, o problema é a disponibilidade de apenas um clínico geral. O tempo de espera para consultar é outro alvo de crítica: “Tem gente desde as 5h e recém (10h) entrou”. Moradora do loteamento Vasco Pires, fala não ter outra opção por causa do zoneamento. Antes consultava no Areal fundos, cujo atendimento considera melhor e mais ágil.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Pesquisa do Senac aponta perfil de quem compra no centro de Pelotas Anterior

Pesquisa do Senac aponta perfil de quem compra no centro de Pelotas

Próximo

Trump construirá muro na fronteira com o México

Deixe seu comentário