Crise na saúde
Situação da Santa Casa de Rio Grande preocupa região
Azonasul reuniu prefeitos para discutir futuro da instituição que enfrenta uma dívida de mais de R$ 5 milhões
Carlos Queiroz -
O atraso no repasse de verbas e a falta de pagamentos de incentivos do governo estadual aos hospitais gaúchos atingem também a Associação de Caridade Santa Casa do Rio Grande. Como uma das instituições referências para a região, ao lado de Pelotas, a situação do hospital levou a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) a reunir-se nesta terça-feira (9) em busca de resposta aos problemas financeiros que ameaçam o funcionamento da Santa Casa. Após o encontro, que ocorreu pela manhã, o prefeito Alexandre Lindenmeyer (PT) viajou a Porto Alegre onde reuniu-se com o secretário-adjunto estadual da Saúde, Francisco Paz, em busca de recursos.
Com salários atrasados, a instituição funciona sem a interrupção de serviços, porém, frente à dívida de R$ 5 milhões, a continuidade desta realidade é uma incerteza, segundo o superintendente da Santa Casa, Jeferson Alonso dos Santos. "Hoje estamos passando por momento difícil, mas seguimos trabalhando para que nada deixe de funcionar, já que além de Rio Grande, atendemos mais 20 municípios."
Para reverter esta situação, na reunião convocada pela Azonasul, que ocorreu na prefeitura de Rio Grande com a presença de outros gestores municipais e de secretários de Saúde, optou-se por aguardar os encaminhamentos do encontro entre Lindenmeyer e Paz. Caso não seja declarada a intenção de repasse de verba por parte do Estado, o presidente da Azonasul e prefeito de Morro Redondo, Rui Brizolara (DEM), afirma que o governador José Ivo Sartori (PMDB) será convocado para uma audiência com representantes da região.
Além de Rio Grande, a situação dos hospitais de Santa Vitória e de Canguçu, que está desde o início deste mês com a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) fechada, também entrou na pauta e será reivindicada junto ao governo estadual.
Pelas região
Aceguá
Atrasos de R$ 200 mil nos repasses. Hospital é privado e a prefeitura é parceira.
Amaral Ferrador
Situação estabilizada.
Arroio do Padre
Atrasos somam R$ 230 mil aos serviços de atenção básica.
Arroio Grande
Atrasos na Santa Casa chegam a R$ 300 mil. Prefeitura vem suprindo instituição com recursos para garantir atendimentos, cerca de R$ 70 mil por mês. Ainda não fechou nenhum leito.
Canguçu
Situação do Hospital de Caridade é muito delicada. Já foram fechados dez leitos de UTI. O Estado deve R$ 1,3 milhão ao município.
Capão Leão
Recursos em atraso. Município já investiu em torno de R$ 1 milhão acima do orçamento previsto para a área. Não chegará ao final do ano.
Cerrito
Atrasos no repasse aos serviços de atenção básica. A prefeitura suportará no máximo até dois meses.
Herval
Atrasos na ordem de R$ 175 mil para Atenção Básica. Há um hospital filantrópico com 30 leitos 100% SUS que tem atrasos nos repasses.
Jaguarão
Está com recursos em dia no hospital em função de ação judicial que garantiu uma liminar. Atrasos para Atenção Básica já somam R$ 500 mil.
Morro Redondo
Atrasos. Situação contornada com os cofres municipais.
Pedras Altas
Está recebendo com atrasos. O município vem aportando recursos para suprir as carências. O maior problema enfrentado são as referências.
Pedro Osório
A Santa Casa não está sob a intervenção da prefeitura. Enfrenta atrasos na ordem de R$ 300 mil, entre repasses à Atenção Básica e à própria Santa Casa (R$ 170 mil).
Pelotas
Incentivos hospitalares estão em atraso desde o mês de fevereiro para os hospitais. Porém, a Santa Casa ingressou com ação judicial e vem conseguindo receber os repasses. A prefeitura também ingressou na Justiça e vem recebendo os repasses para o custeio dos serviços prestados.
Piratini
Mantém os serviços até o mês de novembro. Há atrasos ainda não contabilizados. Diminuiu os atendimentos em algumas especialidades como a Ginecologia e Obstetrícia.
Santana Boa Vista
Repasse do hospital em dia. Porém, os repasses para o funcionamento do Samu estão atrasados há sete meses e ultrapassam R$ 250 mil. Atualmente, o município repassa R$ 80 mil por mês ao Hospital.
Santa Vitória do Palmar
Atrasos na ordem de R$ 800 mil. Ainda não fecharam os leitos do Hospital, mas corre risco em função do esgotamento de recursos da prefeitura.
São José do Norte
Repasses em atraso com mais de R$ 5 milhões. Prefeitura tenta suprir as carências.
São Lourenço do Sul
Ainda em atraso R$ 3,5 milhões entre os anos 2014 e 2015. Porém, os repasses do Estado estão em dia, uma vez que o Hospital ingressou na Justiça e garantiu o bloqueio de recursos estaduais através de liminar.
Turuçu
Atrasos na ordem de R$ 500 mil.
Candiota, Chuí e Pinheiro Machado não repassaram informações.
Fonte: Azonasul
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