Após seis dias sem localizar nenhum foco, na manhã desta segunda-feira (3) a equipe da Secretaria de Saúde (SMS) identificou novo foco do Aedes aegypti em uma armadilha colocada pela equipe de Combate ao Aedes, no Fragata, Zona Oeste de Pelotas. Com esse, já se somam 27 focos de larvas ou pupas, além de dois mosquitos (alados), encontrados este ano no município - 24 deles no Fragata, na área ao redor do cruzamento das avenidas Cidade de Lisboa e Duque de Caxias. As informações são da Assessoria de Comunicação (Ascom) da prefeitura.

"O que nos deixa mais angustiados é que a população está muito tranquila, despreocupada. O trabalho de nossas equipes tem sido incansável, mas temos encontrado muitos focos em residências. As pessoas precisam entender que uma tampinha, um pratinho, todo mundo tem em casa e são mais de 100 mil imóveis na cidade… Não há Vigilância, prefeitura ou Exército que dê conta disso tudo se os moradores não ajudarem a evitar água parada", disse a secretária Ana Costa, durante reunião do Comitê de Crise da Saúde, na tarde desta segunda no auditório do Programa DST/Aids.

Ana Costa salientou que entender a seriedade não é se desesperar, mas tomar as devidas precauções para evitar o risco de doenças graves e até mortes. Desde o dia 14, quando começaram a ser encontrados focos no Fragata, equipes da SMS têm trabalhado aos sábados, domingos, feriados, até no turno da noite. "Todos precisam ter o senso de realidade e colaborar para evitar que ocorra em Pelotas o que está acontecendo em outros lugares do Brasil", declarou a secretária.

Além das conhecidas dengue, zika vírus, chikungunya e febre amarela urbana (que tornou a aparecer no Rio de Janeiro, após décadas), surge mais uma doença que pode ser transmitida pelo Aedes: a febre de mayaro, que apareceu primeiro em ilhas do Caribe e agora em alguns pontos da Floresta Amazônica.

Ao longo desta semana a Vigilância em Saúde manterá todas as suas ações na região do Fragata, onde foram encontrados os 24 focos. A reunião também discutiu outras estratégias preventivas, em escolas daquela área e nos locais que são porta de entrada de doentes (UPA Areal e PSP), que devem contar com o apoio das secretarias de Educação e Desporto (Smed) e Transportes e Trânsito (STT). Também participaram da reunião representantes de outros setores da SMS, da Defesa Civil e da Colab.

Bagé
Outro cuidado preventivo que a SMS tem tomado é a instalação de uma armadilha para o Aedes no ônibus que leva pacientes pelotenses a Bagé, para o convênio de cirurgias de cataratas. Até o dia 24 de março, tinham sido identificados 105 focos naquele município.