Futuro tech

Tecnologia projeta Pelotas internacionalmente

Empresas, universidades e gestores seguem tornando o Município referência em serviços tecnológicos

Foto: Carlos Queiroz - DP - Empresas e universidades focam no desenvolvimento de projetos inovadores

Por Vitória de Góes
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Casas inteligentes, aplicativos no celular para todas as necessidades e máquinas capazes de realizar atividades até pouco tempo inimagináveis pelo ser humano são algumas das tecnologias presentes nos dias atuais. É inegável o quanto o mercado tecnológico expandiu e tem desenvolvido sistemas cada vez mais inovadores. Em Pelotas há um forte núcleo de empresas da área que prestam serviços para todo o Brasil, prova disso é o Pelotas Parque Tecnológico (PPT).

Fundado em 2016, o PPT tem como objetivo contribuir com o desenvolvimento científico e tecnológico dos municípios da Zona Sul, através de pesquisas e apoio aos negócios locais. Hoje o espaço localizado na Avenida Domingos de Almeida é composto por 58 empresas que atuam nas áreas de tecnologia da informação, tecnologia da saúde e indústria criativa. Algumas dessas são incubadoras que possuem conexão com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), com o Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) e com o Senac.

A palavra incubadora, inclusive, se tornou bastante conhecida na área tec. Trata-se de uma empresa que tem como objetivo o desenvolvimento de outras pequenas empresas. Esse trabalho geralmente está ligado a projetos de inovação e são oferecidos suportes para os primeiros passos do gerenciamento do negócio e formações para o empreendedor. Diante disso, o Pelotas Parque Tecnológico se destaca por ser um local que une empresários, universidades e o governo justamente para desenvolver projetos dos municípios da região.

A diretora executiva, Rosâni Ribeiro, explica que o mercado tem exigido cada vez mais profissionais capacitados em áreas da tecnologia. Essa busca, segundo ela, foi impulsionada pela pandemia de Covid-19, que fez com que mesmo empresas mais tradicionais precisassem aderir a elementos tecnológicos.

“Existe uma demanda muito grande das empresas por profissionais da área da tecnologia, mas ainda tem encontrado dificuldade, então sobram vagas e falta qualificação”, explica a gestora.

Projetos em Destaque
Atualmente o Pelotas Parque Tecnológico possui dez projetos em andamento, entre os principais estão o Criar-Lab. O espaço é um laboratório de criatividade com base em Inteligência Artificial, que tem como objetivo conectar pesquisadores e empresários a nível mundial.

Além disso, há o programa Pelotas Parque Sustentável, que incentiva a utilização de energias limpas e renováveis, e o uso de carros elétricos. Um exemplo disso é que no local há carregador compatível com veículos elétricos de todas as marcas funcionando através de energia solar 100% renovável.

Case de sucesso
Com a expansão do mercado tecnológico em Pelotas, algumas empresas ganharam destaque nos últimos anos, inovando no serviço oferecido. Uma delas é a Nav9, que ganhou repercussão nacional após faturar milhões em apenas cinco anos.

A história oficial iniciou em agosto de 2017, quando o programador pelotense Matheus Danemberg, após várias tentativas de inserção no mercado, finalmente acertou o caminho e criou uma empresa de soluções tecnológicas. A Nav9 oferece serviços que vão desde a gestão, o design e a engenharia de software.

Matheus Danemberg foi assunto na Forbes, uma das principais revistas mundiais de economia e negócios Foto: Divulgação


Quando iniciou, a empresa contava com cerca de sete pessoas trabalhando para atender algumas startups paulistas. Hoje, tem 70 profissionais espalhados por diversos estados do país atendendo clientes como Iguatemi, SBT, e Banco ABC. E, apesar do seu trabalho ser realizado quase que totalmente de forma remota, é mantida uma sede física em Pelotas. “A gente quer que Pelotas siga sendo reconhecida como um pólo de tecnologia, então fazemos esse processo de levar as lideranças para conhecerem a sede”, explica Danemberg.

O programador conta que desde o início dos anos 2000, quando iniciaram os portais web e a internet passou a ser inserida, o Município possui um ecossistema ativo dentro da área tecnológica. “É uma cidade que vive tecnologia. Pelo que eu venho conversando com as pessoas, poucos lugares possuem tanta gente boa assim na área. Isso se dá provavelmente porque há muitos anos tem empresas grandes em Pelotas, o que faz as pessoas se interessarem mais por essas produções”, explica.

Sobre a Nav9, o foco deste ano é expandir a atuação dentro de grandes corporações. Espera-se cerca de R$13 milhões de faturamento, em 2022 já foram R$9 milhões. “A gente quer realmente ser um parceiro e construir soluções inovadoras através da tecnologia para essas corporações, se tornando uma referência nacional dentro da nossa atuação”, finaliza.

Busca por especialização

Na UFPel, dois cursos se destacam na formação de profissionais da área tecnológica: ciências e engenharia da computação. O primeiro tem um viés voltado para o desenvolvimento de softwares, aplicativos e sites, enquanto o segundo foca na criação e automação de equipamentos e produtos tecnológicos. Atualmente, as duas graduações somam 572 alunos matriculados, ainda, outros 106 fazem parte dos programas de Pós-Graduação em Computação.

Segundo o professor Leomar Soares, boa parte dos estudantes quando chegam ao final do curso já estão empregados, isso porque a área permite, na maioria das vezes, que o profissional trabalhe à distância. “Principalmente após a pandemia, o mercado de computação teve que se adequar e o modelo permaneceu. Então hoje temos alunos desenvolvendo trabalhos para empresas de Pelotas, de outras cidades e até para fora do País”, explica.

Quanto aos cursos, o professor explica que além das aulas são oferecidos laboratórios práticos, pesquisas e contatos diretos com empresas da área. Um dos assuntos em alta também é discutido durante a graduação, a utilização da Inteligência Artificial.

Se um dia a internet e os computadores foram uma novidade inovadora e até assustadora para alguns, hoje a discussão está ao redor dos programas que imitam o comportamento humano através de padrões de aprendizado. “Hoje nós discutimos bastante a utilização ética da IA, porque ela pode ser utilizada tanto para o bem, quanto para o mal, então refletimos sobre o uso desenfreado, a sua evolução e aprendizado e como aplicar isso de forma que contribua para a humanidade”, conta o professor.

Atualmente, a graduação em Ciências da Computação na UFPel recebe ingressantes duas vezes ao ano, sendo destinadas 50 vagas para o primeiro e mais 50 para o segundo semestre. Já na Engenharia de Computação há apenas um ingresso anual, com 45 vagas disponíveis.

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