Impasse

Tentativa de solução de um lado, reclamações de outro

Ação de segurança na Gonçalves Chaves para coibir perturbação de sossego gerou incômodo de donos de restaurantes e bares, que alegam perda de clientes

Divulgação - DP - Aglomerações ocorrem principalmente nas quartas-feiras

Por Vitória de Góes
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A situação das aglomerações na rua Gonçalves Chaves, próximo à Universidade Católica, segue gerando reclamações. Dessa vez não foram os moradores que reclamaram, mas empresários locais que ficaram descontentes com as ações dos agentes de trânsito, da Brigada Militar e da Guarda Municipal na noite de quarta-feira.

Devido às frequentes reclamações e denúncias de perturbação do sossego, os agentes realizaram uma ação integrada, impedindo a circulação de carros e a aglomeração de pessoas na rua Dom Pedro II, entre Félix da Cunha e Santa Cruz, e na Gonçalves Chaves, entre a Teles e Três de Maio.

De acordo com o secretário da Segurança Pública de Pelotas, José Apodi Dourado, as ruas foram fechadas para uma análise e o desenvolvimento de relatório técnico que diga o que realmente causa a perturbação no local. O objetivo, afirma, é a partir disso buscar alternativas que amenizem o problema. Mas deixa claro: "de qualquer maneira, não se tem como proibir a permanência de pessoas nas calçadas".

Ederson dos Santos, Comandante da 1ª companhia do 4º Batalhão da Brigada Militar disse que a ação também serviu para coibir outros delitos na região, como tráfico de drogas, roubos e furtos.

Bronca pelo prejuízo

Para quem tem comércio na área que foi isolada, a ação integrada sem aviso prévio gerou uma série de reclamações pelos prejuízos. É o que explica Gabriel de Oliveira, proprietário de um restaurante na Gonçalves Chaves. Ele relata uma diminuição no faturamento da noite de quase 80% na quarta-feira. "O cliente está indo para o restaurante e o policiamento não deixa passar, ele acaba nem tentando estacionar longe, vai logo procurar outro lugar", argumenta.

O empresário diz ainda que os entregadores não conseguiam acessar o estabelecimento para buscar as encomendas, causando um transtorno para a equipe. "Nós estamos há sete anos no mesmo local, mas já pensamos em nos mudar porque a situação acaba afetando o nosso estabelecimento", resume Oliveira.

A maior insatisfação dos donos de estabelecimentos está no fato de que não teria havido aviso sobre a ação que interrompeu o trânsito, não permitindo comunicado aos clientes ou a preparação das equipes.

João Lopes é proprietário de um bar localizado também na Gonçalves Chaves e, devido ao fechamento das ruas, optou por não abrir as portas na quarta-feira. "Em função dessa confusão a gente preferiu nem abrir porque os clientes teriam que estacionar longe. Ainda estava chovendo, não tinha condições."

Problema recorrente

Quarta-feira é o dia conhecido pela movimentação de universitários que se concentram nas calçadas próximo aos bares e pelos carros com som alto que transitam na região. Mas os moradores relatam que nos demais dias também há muito movimento, impedindo o descanso de quem mora na volta.

Na semana passada, o DP produziu reportagem mostrando a insatisfação dos moradores que convivem com os barulhos noturnos. Problema que não ocorreu na quarta-feira, mas que abriu um novo campo desafiador para as forças de segurança, o de encontrar uma solução quanto à perturbação do sossego que não afete o comércio da região.

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