Através do slogan “Salvar vidas, manter direitos”, a Federação dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Sul (Feessers) faz o chamamento de funcionários de clínicas e hospitais gaúchos para o lançamento da campanha de valorização da categoria. Em Pelotas, uma assembleia está marcada para esta quinta-feira (23), a partir das 15h, na Associação de Cabos e Soldados Policiais Militares. Lá, dirigentes do Sindicato dos Enfermeiros do RS (Sergs) e do Sindisaúde Pelotas devem receber profissionais do município e de cidades como Bagé e Rio Grande. A pauta prioritária do encontro se refere ao reajuste do salário com base na recuperação da inflação do ano passado. A Federação estima mobilizar pelo menos 120 mil trabalhadores em todo o Estado.

Entre as prioridades a serem reivindicadas pelo setor está a redução da jornada de trabalho, que hoje varia de 42 a 48 horas semanais, conforme o profissional, para 36 para todos os prestadores da área, sem a diminuição de salários. O abono de faltas para acompanhar filho menor ou portador de necessidades especiais ao médico também é outra das demandas. De acordo com o diretor-presidente da Feessers, Milton Kempfer, atualmente as mulheres representam 85% do quadro de funcionários dos hospitais do Estado e a maioria tem entre 25 e 35 anos. Para ele, é nesta idade que o público costuma pensar na constituição familiar; assim, o auxílio creche também aparece como mais uma reivindicação.

“Trabalhamos para salvar vidas, mas estamos sofrendo com ataques contra os nossos direitos, por parte do governo estadual e também do federal, através das reformas previdenciárias e trabalhistas”, defende Kempfer. Lembra que o último ano foi difícil para a categoria, mas que agora, com a divulgação do início da recuperação econômica da indústria, os trabalhadores da saúde esperam também recuperar os danos que tiveram em 2016.

Valorização
Para o diretor-presidente da Feessers, os trabalhadores em saúde vêm sofrendo ao longo dos anos um processo constante de desvalorização. Ele argumenta que os atrasos de repasses dos governos às casas de saúde, somados ao grande número de demissões e desligamentos do setor, perto de quatro mil pessoas no último ano, segundo o gestor, refletem justamente esse cenário.

Outras regiões
Funcionários da região da Fronteira e do Centro do Estado já tiveram suas assembleias realizadas em São Gabriel e Lajeado, respectivamente. Ainda estão agendadas reuniões em Caxias do Sul, Passo Fundo e Ijuí. O dia 5 de maio deve ser marcado por um grande encontro em Porto Alegre, com a presença de dirigentes e trabalhadores de clínicas e hospitais de todo o Estado.

Pautas em discussão
- Reajuste salarial com a recuperação da inflação do ano anterior
- Vale-alimentação
- Auxílio creche
- Fornecimento de alimentação de boa qualidade
- Abono de falta para acompanhar filho menor ou portador de necessidades especiais ao médico
- Redução da jornada de trabalho sem diminuição de salários para todos os trabalhadores da saúde
- Fornecimento de uniformes completos e gratuitos pela empresa
- Vestiários
- Refeitório e local para descanso no intervalo entre turnos