Pós-licitação
Transporte coletivo ainda passa por ajustes
Atrasos, problemas no saldo dos cartões e na integração tarifária estão entre as principais queixas dos usuários pelotenses
Carlos Queiroz -
O novo sistema de transporte coletivo urbano de Pelotas entra na sua terceira semana em meio a problemas e com uma grande lista de reclamações.
Pelas paradas de ônibus os usuários mostram insatisfação com os recorrentes e longos atrasos, com uma instável integração tarifária, ora funcionando, ora não, e com as contínuas dificuldades envolvendo as recargas dos cartões. Transtornos que o representante do consórcio, advogado Enoc Guimarães, afirma já estarem sendo solucionados desde o final da última semana.
Enquanto os ajustes não aparecem nas ruas, a população segue tentando contornar os problemas que passaram a fazer parte da rotina, como os atrasos, por exemplo, para quem é usuário das linhas do Fragata. Sandra da Silva conta que os ônibus costumavam circular de dez em dez minutos, mas hoje não têm mais horário. “Não sei para quem melhorou, para mim que não foi. Para chegar no meu trabalho às 18h15min eu preciso sair 16h50min de casa, aí o horário do ônibus vai depender, ele pode aparecer 17h15min, às vezes 17h50min. Isso todo dia”, desabafa. Além dos atrasos, a também usuária das linhas do Fragata diz que a recarga tarifária feita pela empresa onde trabalha ainda não apareceu no cartão, o que causa a apreensão em não saber se em algum momento não conseguirá utilizar o transporte.
Como uma das grandes novidades proporcionadas pela mudança, a integração tarifária também vem causando dor de cabeça. Mariana Fassbender utiliza as linhas Fragata-Centro-Três Vendas e é sempre uma surpresa se irá conseguir aproveitar o recurso. “Um cobrador já chegou a me dizer que é assim mesmo, às vezes dá e às vezes não. Tem que torcer, é sempre uma surpresa.” Mariana também tem no celular o aplicativo Cittamobi, que torna possível localizar o ônibus e acompanhar seu trajeto e tempo para que chegue a um determinado local. Porém, Mariana nunca conseguiu utilizá-lo por não estar disponível.
O que diz o consórcio
Os atrasos - Enoc afirma que o consórcio está cumprindo estritamente o que estava no edital da licitação. A questão é que, segundo o advogado, foram identificados horários diferentes entre os praticados até então e os passados pela prefeitura, mas desde a última semana estão circulando mais carros e há mais horários para atender os usuários do Fragata.
O cartão PraTi - O representante explica que há um limite máximo de R$ 600,00 de créditos, logo, se houver um valor superior a este a tela não irá mostrar, mas está ali e, conforme for sendo gasto, o valor aparecerá. Outro ponto acerca dos cartões observados por alguns usuários é o que o advogado chama de limite de crédito negativo, ou seja, após o término do saldo no cartão ainda é possível utilizar algumas vezes o transporte. Isto foi criado para evitar que os usuários perdessem algum ônibus em meio aos transtornos de migração de saldo. A medida não é permanente e deve ser extinta em breve.
A integração - Ele explica que há três situações atualmente. Primeiro, as linhas Z-3, Posto Branco e Retiro não integram, seguido de algumas linhas que são no mesmo sentido, que o sistema também não cobre, e por fim falha humana, em que alguns cobradores estão enfrentando problemas manuais para informar a integração. Quando isto acontecer, o consórcio deve ser informado para que o problema seja apurado e o usuário possa ser ressarcido.
O aplicativo - O Cittamobi não é apontado como uma prioridade para o consórcio e está recebendo os ajustes necessários ao longo das semanas.
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