Nosso Bairro

Três Vendas registra queda na criminalidade

Sem mortes violentas este ano, cenário no bairro hoje é muito diferente do período de insegurança enfrentado recentemente

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Os números apontam queda nos principais crimes nas Três Vendas. Roubo a pedestres e furtos a residências e veículos vêm em baixa desde 2019 até os primeiros cinco meses deste ano. Os crimes contra a vida, até aqui, apresentam um animador número zero. Os dados são associados pelo Poder Público diretamente ao Pacto Pela Paz. Porém, para alguns moradores, há o ressentimento da falta de diálogo em alguns momentos. A mudança do perfil do bairro também é um dos motivos citados para uma visão por vezes negativa de insegurança.

Para Ieda Stallbaum, que há 35 anos reside no Sítio Floresta, a transição de perfil da região nos últimos anos fez a sensação de insegurança aumentar. “Não é mais como antigamente”, desabafa, pontuando que o bairro perdeu um pouco do aspecto colonial e se tornou mais barulhento, com casos de drogas e furtos a residências. Ela própria, após ser vítima duas vezes, acabou por ter que reforçar o sistema de segurança de seu lar, com cercamento e câmeras de seguranças.

Comerciante do Pestano, Cesar Oliveira tem a opinião de que a região está em constante evolução e que, com isso, a segurança também evoluiu. “É um bairro que vem melhorando, o pessoal tem problema com o Pestano, mas vizinho bom e ruim tem por tudo”, pondera.

WhatsApp Image 2022-06-13 at 19.44.44Tranquilidade de hoje contrasta com os vários assassinatos de 2017 (Foto: Jô Folha - DP)

Paz em Pelotas, de olho em Rio Grande
Líder comunitário do Getúlio Vargas e Pestano a partir do projeto Jovem Atleta, Carlos Oliveira olha para o horizonte e suspira quando lembra do terror que houve na região em 2017, ano em que o índice de mortes violentas na cidade superou os três dígitos. Agora, nos cinco primeiros meses do ano, nenhum assassinato foi registrado nas Três Vendas. A mudança é gritante, mas a violência pertinho, no município vizinho de Rio Grande, com 62 mortes violentas registradas até aqui neste ano, mantém o temor de que o cenário possa, em algum momento, voltar a ser assim.

Oliveira reconhece os avanços gerados pelo Pacto Pela Paz, mas pondera que, por vezes, falta diálogo com a comunidade, deixando de passar uma imagem de ação preventiva e soando como repressiva. “A gente precisa muito que o Poder Público enxergue as comunidades e que o Pacto sirva para a prevenção”, projeta. Para ele, há necessidade do município ouvir as lideranças da região para compreender os anseios dos moradores. O pedido é, principalmente, por aproximação com projetos sociais. “Ali existem ideias que estão salvando vidas”, garante.

Alguns moradores e comerciantes ouvidos pela reportagem, cujas identidades pediram para ser preservadas, atribuem muito da paz que reina atualmente a uma ordem de lideranças criminosas. Segundo os moradores, os bandidos estariam proibindo crimes como roubos e assaltos, evitando assim de atrair a atenção das forças de segurança ao bairro e, como consequência, não prejudicando o tráfico de drogas.

Resposta do Pacto
Conforme a assessoria especial do Pacto Pelotas pela Paz, diversas atividades são desenvolvidas pelo município na região das Três Vendas, com maior destaque para o Getúlio Vargas (BGV). São ações focadas no eixo de Prevenção Social, não apenas de Policiamento e Justiça.

Para a titular da política pública, Aline Crochemore, essa imagem de que apenas ações policiais são direcionadas para a localidade estão baseadas no fato de que essas são as práticas com maior visibilidade por toda a mobilização que envolvem, mas projetos de capacitação profissional e de melhoria no relacionamento familiar e das comunidades escolares também são ofertados. Eles apareceriam menos, argumenta, porque ocorrem no âmbito das famílias e das escolas, em maioria. Ela cita o projeto Mapa de Oportunidades, através do projeto Escalada, que na última sexta-feira formou 23 jovens de 14 a 22 anos do Getúlio Vargas para o mercado de trabalho.

Aline menciona ainda uma série de ações e destaca que recentemente foi iniciado trabalho de escuta das crianças pelas equipes que atuam nos territórios e nas comunidades, com a finalidade de que possam contribuir com sua visão a respeito das melhorias necessárias naquela localidade, segundo o seu contexto de vida. Essa atividade iniciou pelas pautas da Primeira Infância na Bom Jesus, e visa construir uma metodologia mais ampla que seja uma referência para essa escuta, pensando também na segurança, e que possa ser estendida a outras regiões.

Conforme a gestora, a assessoria especial do Pacto está permanentemente à disposição da população, para ouvir as lideranças comunitárias e aprimorar as estratégias preventivas, através do email [email protected] ou diretamente na prefeitura das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira.

[QUADRO] Estat?sticas de crimes nas Tr?s Vendas

Participe do projeto!
O DP quer contar com a sua participação, através do Nosso Bairro. Para ser nosso parceiro, envie sugestões para os e-mails [email protected] e [email protected]. Você pode também entrar em contato pelo (53) 3284-7023 ou pelo WhatsApp (53) 99147-4781. Se preferir, pode dirigir-se à sede do Jornal, na rua 15 de Novembro, 718.

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