Educação
Um abraço para defender as universidades públicas
Comunidade acadêmica da UFPel promove ato simbólico pelo repasse integral das universidades e institutos federais
Paulo Rossi -
As aulas do turno da manhã desta sexta-feira (29) já chegavam ao fim quando estudantes, professores e técnicos administrativos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) se uniram em um ato simbólico. Um grande abraço ao redor de um dos prédios do campus Anglo foi a forma encontrada pela universidade para protestar contra a falta de repasses federais.
A concentração iniciou às 11h30min em frente ao bar do campus. Ao meio dia cerca de 200 membros da comunidade acadêmica e de sindicatos deram as mãos ao redor do prédio. O ato aconteceu simultaneamente em outras sete universidades e institutos do Estado. Organizado pela Frente Parlamentar em Defesa das Universidades e Institutos Federais, o objetivo do "abração" é sensibilizar o governo a realizar o repasse integral das verbas.
Segundo o reitor da UFPel, Pedro Curi Hallal, a escolha do último dia letivo do mês também é simbólica. "Só temos recursos até o final de setembro. A partir deste sábado, todas as universidades enfrentarão dificuldades", declara. Até agora foram repassados 75% do montante para custeio e 45% do capital. "Precisamos dos 100% com urgência", afirma. O reitor ainda destacou que o movimento é suprapartidário e que o financiamento das universidades públicas deveria ser uma prioridade no país.
Para a coordenadora da Sindicato dos Servidores da Universidade Federal de Pelotas (Asufpel), Tereza Fujii, o atual momento apresenta sintomas da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, que congela gastos públicos pelos próximos 20 anos. "Esse ano vai nortear o custeio daqui pra frente. As próximas gerações encontrarão muitas dificuldades para ascender à faculdade", diz, apontando que o sucateamento do ensino superior público seria um passo anterior à privatização.
Manifestações como esta são uma forma de confortar a comunidade acadêmica. É o que pensa a estudante de gestão ambiental Alice Lourenson, 19. "É uma ameaça", diz, a respeito da atual situação financeira, "Mas atos assim fazem com que a gente se sinta mais acolhido e que algo está sendo feito", completa.
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