Criatividade

Um mundo além do que se vê

Projeto da Universidade Federal usa a comunicação para integrar alunos da Escola Louis Braille

Jô Folha -

A inclusão de deficientes visuais na comunicação e a proximidade de diferentes realidades é o que propõe o projeto WebRádio & WebTV da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em parceria com a Associação Escola Louis Braille. Desenvolvido pelo curso de Jornalismo, o projeto de extensão já possibilitou a gravação de duas radionovelas com os alunos da escola, e agora os universitários preparam um documentário.

A primeira radionovela foi finalizada em outubro, intitulada O Rei da Criação, conta a coordenadora do projeto, professora Marislei Ribeiro. Com o auxílio de quatro bolsistas, os alunos da Louis Braille foram levados até a Rádio Federal FM para conhecer os estúdios e gravar suas falas, depois de semanas de preparação. As crianças também não ficaram fora. Está em edição uma novela baseada no livro O Pequeno Príncipe, que teve os áudios gravados no último mês.

Marislei ressalta a escolha do rádio, o mais importante veículo de comunicação para os deficientes visuais, facilitando o acesso à informação para quem não pode enxergar, através da fala e da audição. “Ao menos entre os alunos da Louis Braille, ele é o favorito”, afirma a coordenadora.

Para Estefany Medeiros Silveira, professora na Louis Braille, o trabalho dos universitários veio para somar ao aprendizado dentro da instituição. Ela lembra que atividades com os sentidos são essenciais aos deficientes visuais e elogia a participação no projeto. “O desenvolvimento da expressão corporal é incrível”, destaca a professora. Estefany ainda relata que antes das gravações o nervosismo é grande, mas que os alunos estão sempre maravilhados com as oportunidades.

Da aula para as telas
Uma participante assídua é Zalonia Pereira das Neves. Há nove anos ela frequenta a Louis Braille, participou da radionovela e foi a primeira entrevistada para o documentário Em cada olhar, em fase de produção. Nele, a comunidade terá a chance de conhecer a rotina de um cego, os desafios e as conquistas diárias, a partir de relatos dos alunos da instituição.

“Foi muito bom desenvolver outras habilidades” afirma Zalonia, que nasceu com problemas para enxergar, mas que aos poucos aprendeu a lidar com as dificuldades, conquistou seu espaço e até encontrou a alma gêmea. Ela e o companheiro Horaci Barbosa tiveram como pano de fundo a Bibliotheca Pública para contar sua história, que até o final do ano deve ser compartilhada com os pelotenses.

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