Visibilidade
Um Observatório para denunciar os conflitos da cidade
Primeira ação ocorreu nesta sexta-feira, ao longo das dez horas de debate ocorridas na 2ª edição do Seminário Terra, Água e Alimento
Carlos Queiroz -
Arrancar da invisibilidade milhares de homens e mulheres espalhados por diferentes regiões de Pelotas. É um dos desafios do Observatório dos Conflitos da Cidade, criado nesta sexta-feira, com um objetivo bem claro: transformar a realidade já identificada por pesquisadores, professores e alunos do curso de Serviço Social e do Programa de Pós-graduação em Política Social da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) - e também de outras instituições que se juntem ao trabalho - em denúncias, dados e relatórios públicos que se convertam em garantia de direitos sociais. A dinâmica será de um Coletivo. Um grupo de luta, que rompa com as paredes do universo acadêmico.
Direito à água e ao alimento. Direito ao saneamento. Direito à saúde de qualidade. A lista é longa e não se encerra aqui. A busca é por dignidade. Por respeito. "A voz aos gritos existe. O que falta é escuta", resume a professora Cristine Jacques Ribeiro. Daí a importância do papel que o Observatório pretende ocupar a partir de agora. A intenção é dar eco às demandas da comunidade, expandir discussões e cobrar a implementação de políticas públicas; uma prática que, historicamente, já faz parte do dia a dia dos assistentes sociais.
O Observatório, entretanto, será ferramenta de pressão. "Buscaremos experiências concretas, a partir do contato com as problemáticas, para cobrar acesso e combater a exclusão de pessoas que são invisíveis", destaca o formando de Serviço Social, Nino Rafael Krüger. É um projeto que passou a ser amadurecido desde a enchente que atingiu centenas de moradores da Colônia de Pescadores Z-3 e das praias do Laranjal, no ano passado - conta a professora Carolina Bunde. E acrescenta: é preciso se empoderar para poder discutir. Para poder decidir. Para poder exigir melhorias.
Em debate
A primeira ação do Observatório ocorreu nesta sexta-feira, ao longo das dez horas de discussões do 2º Seminário Terra, Água e Alimento: De quem é a Cidade? Um evento com um olhar que transitou por Pelotas, da zona urbana à rural. E, nesta ótica, reuniu representantes de diferentes comunidades: quilombolas, indígenas, pescadores, integrantes da agricultura familiar... E de novo, como em 2015, não deixou de enfatizar: Pelotas segue à espera da criação de Conselho Municipal de Segurança Alimentar, já defendida no ano passado, no encerramento da 1ª edição do Seminário. Nem com a apresentação de uma minuta, o assunto foi adiante, apesar dos argumentos de vulnerabilidade social e miséria. É mais uma pauta, portanto, a compor as prioridades do Observatório.
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