Igualdade

Uma bombeira na direção

É de Pelotas a primeira motorista de caminhão do Corpo de Bombeiros na Zona Sul

Jerônimo Gonzalez -

Formada em Português/Espanhol pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Ana Paula Santos de Oliveira Batista, 24, é a primeira bombeira habilitada em Pelotas e região para assumir a responsabilidade de conduzir um caminhão do Corpo de Bombeiros. Ela dirige e controla o equipamento que envia água para os dois colegas da equipe reduzida com que trabalha atualmente, por falta de efetivo. Mesmo que a Corporação tenha se desvinculado da Brigada Militar, continua enfrentando a falta de pessoal, como outros órgãos estaduais.

Bem-humorada, a jovem faz piada com o próprio nome, que junto com os sobrenomes formam uma frase, segundo ela. Também conta que é o orgulho de uma família de oito tias, que já haviam festejado muito quando ingressou no Corpo de Bombeiros. "Agora que dirijo caminhão quase me mandaram para as Olimpíadas", brinca. Ana Paula é casada com um policial militar e está há quatro anos no grupamento. Mas só este mês assumiu a direção, após concluir o curso de 20 dias que disponibiliza poucas vagas. Levou um ano e meio tentando ingressar. "Era um sonho de criança dirigir o caminhão dos bombeiros. Sempre achei bonito", fala, ao acrescentar que durante as aulas práticas de direção dizia ao instrutor quando passava na frente da unidade: "Um dia tu vai me ver saindo daqui". Se ele viu? Ela acredita que sim, porque passa toda hora por lá.

A bombeira tem um filho de sete anos, que adora a profissão dos pais, mas fica dividido quando alguém pergunta se vai tender para o policiamento nas ruas ou atuar em combate a incêndios, como a mãe. Ela considera que ainda está aprendendo na nova função, inclusive com dicas dos motoristas antigos, que passam ensinamentos a ela todos os dias. Segundo o sargento Jones Soares, Ana Paula é um incentivo às próximas bombeiras interessadas em se candidatar à função. "Ela está aprendendo bem e como não tem experiência está ouvindo os mais velhos", comenta. Com ela são seis mulheres na Corporação, uma no socorro e as demais na parte administrativa, sendo que duas foram deslocadas para o setor, uma por ser gestante e a outra por estar amamentando.

Igual aos demais
O dia a a dia da bombeira é normal. Tem a rotina como qualquer profissional, esposa, mãe e dona de casa. Leva o filho à escola, exceto em dias de plantão, que é de 24 horas (das 8h às 8h). A folga depois é de 72 horas. O marido também trabalha por escala e vão tentando levar de forma a sempre um dos dois estar em casa para cuidar do filho. Quando a presença dos dois é impossível, entra em ação a avó materna, sobretudo à noite.

Antes de dirigir o caminhão Ana Paula passou pelo socorro e a parte administrativa. Nas ocorrências ela não desce do veículo, pois entre suas obrigações está a de zelar pela viatura e os equipamentos, assim como enviar água nos casos de combates a sinistros. "Eu me sinto bem feliz em representar minhas colegas. São dois anos de carteira e um mês no efetivo como motorista. Adrelina eu já vivia antes no combate. Agora tenho mais responsabilidade. É um sonho conquistado, não tem como não estar feliz", afirma.

Estatística no RS
- No Estado são 14 bombeiras motoristas
- Na Zona Sul existe apenas uma

 

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