Empoderamento
Usina feminista: união feminina pelo desenvolvimento social
Coletivo Usina Feminista realiza atividades de empoderamento econômico e social para mulheres do bairro Dunas
Foto: Vitória de Góes - Especial - DP - Grupo de mulheres foi fundado em 2018
Por Vitória de Góes
Unir cultura e ações sociais em defesa do direito das mulheres é só um resumo de tudo que vem sendo realizado pelo coletivo Usina Feminista. Desde 2018, um grupo de mulheres - mães, estudantes e empreendedoras - se mobiliza para realizar pontes que criem, principalmente, oportunidades de trabalho a partir de cursos profissionalizantes.
Inicialmente o coletivo realizava seus encontros no Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas (Nesic) da Universidade Católica de Pelotas. A partir daí foram desenvolvidos cursos de costura para que as interessadas encontrassem uma nova fonte de renda. "A gente acredita que a via financeira é uma ponte para autonomia cidadã e para sair de situações de violência doméstica", explica a integrante Bruna Oliveira.
Com a pandemia, as aulas precisaram ser suspensas por um tempo, mas o grupo seguiu atuando com o seu viés social, através da produção de máscaras de proteção. Agora, as atividades estão aos poucos sendo retomadas e as turmas ampliadas - além de corte e costura também são oferecidas oficinas de crochet.
O espaço também é outro, o coletivo passou a se encontrar no Comitê de Desenvolvimento do Dunas (CDD) e com o auxílio de editais do governo estadual e municipal, além do incentivo de empresas privadas, conseguiu adquirir os equipamentos necessários para profissionalizar ainda mais os serviços.
"Através das oficinas a gente vai criando um espaço acolhedor para que as mulheres possam falar de suas dificuldades financeiras, violências, assuntos delicados que são difíceis de tratar mas que nesse momento a gente consegue identificar", diz Roberta Silva, que integra o coletivo e oferece aulas de crochet.
Atualmente, estão sendo desenvolvidos mais dois espaços que irão ampliar as oficinas oferecidas - uma sala com máquinas de serigrafia e uma biblioteca de livros voltado para o empoderamento das mulheres. E, aos poucos, além de oferecer oficinas, o coletivo vem recebendo encomendas de produções para algumas empresas, o que ajuda na prática das alunas e na permanência dos projetos.
Trabalho que vai além
Com o passar do tempo o projeto vai ganhando novas ramificações. A partir do momento em que foi inserido na comunidade, as organizadoras perceberam algumas outras necessidades locais. Já durante a pandemia, foram realizadas distribuições de cestas básicas, com prioridade para mães chefes de família que naquele momento se encontraram impossibilitadas de trabalhar.
Outro exemplo é que, durante os períodos de inscrições para processos seletivos como o Exame Nacional do Ensino Médio e para o Instituto Federal Sul-riograndense, o grupo realizou mutirões para auxiliar as famílias com documentação e acesso à internet. Os trabalhos reafirmam o objetivo de promover oportunidades reais de mudança de vida da comunidade.
Outra necessidade foi a de unir o trabalho social à consciência ambiental. "Hoje a gente trabalha também com a perspectiva de sustentabilidade", explica Bruna. Os tecidos utilizados para as aulas e produtos criados são doações de indústrias. " A gente entende que o enfesto que é esse lixo têxtil das empresas é um material mais barato mas com a mesma qualidade", reforça Roberta.
Para conhecer mais sobre os trabalhos realizados e ficar por dentro das próximas oficinas que serão oferecidas, pode-se acessar o Instagram: @usinafeminista
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