Empregos

Vagas no Sine Pelotas não são 1% da oferta estadual

Motivo pode estar no período de entressafra ou na baixa oferta do comércio, por não haver uma data festiva próxima

Jô Folha -

A chance de conseguir um emprego com carteira assinada e assim poder garantir o pagamento do aluguel tem levado Neyse Lheullier, de 48 anos, quase diariamente à sede do Sine Pelotas, que reabriu as portas nesta quinta-feira (23) após um período dedicado ao atendimento virtual em função de dois funcionários terem positivado para a Covid-19. Depois de olhar em uma rede social que havia 6,6 mil ofertas de trabalho no Estado, ela se encheu de esperança, embora as vagas em Pelotas representem menos de 1% desse total. Desempregada há quase um ano - após ser dispensada do serviço durante a pandemia -, ela busca vaga como cozinheira, babá, serviços gerais ou empregada doméstica. Experiência, Neyse garante que tem, e fez questão de mostrar à reportagem do Diário Popular a carteira de trabalho. O que falta são mesmo as oportunidades. “Cansei de entregar currículos e não ser chamada”, lamenta.

Neyse se enquadra dentro das ofertas com maior procura pelos pelotenses e maior encaminhamento feito pelo FGTAS/Sine Pelotas, segundo informou o coordenador da agência, Glauber Bürkle. Além dessas funções, as de servente de obras, auxiliar de limpeza, atendente de loja e vendedor também recebem muitos candidatos. “Embora não seja o momento do comércio contratar, pois não está próximo de uma data festiva, como Natal. O mesmo ocorre para as vagas no setor agropecuário, que na época de safra emprega bastante”, justificou o coordenador sobre a baixa oferta - uma média diária de 50.

Pela estatística, a jovem Daniele Vieira dos Santos, de 20 anos, também está na lista dos empregos mais procurados. Ela trabalha desde os 15 para ajudar nas despesas da casa e está em busca de empregos como babá, empregada doméstica ou atendente de loja (este o último emprego que teve, mas que foi dispensada por causa da pandemia). A procura pelas vagas do Sine é porque Daniele considera essencial trabalhar com carteira assinada e, como constatou que há vaga para babá, não desperdiçou a oportunidade de se cadastrar. Entre as exigências, está a de ter Ensino Médio completo.

Falta mão de obra
As ofertas com maior déficit de mão de obra são de azulejistas, operador de máquina industrial e serralheiro, que fazem parte da lista de vagas apresentadas e divulgadas diariamente pelo Sine Pelotas há dias. Sobre o total de empregos oferecidos nesta quinta, a coordenação não soube informar. Já as funções, chegam a 31 nos setores da Construção Civil, Serviços, Comércio e Indústria, além de duas específicas para pessoas com deficiência ou reabilitados do INSS.

O cenário contrasta com o de Rio Grande. No município vizinho, somente nesta quinta foram 26 encaminhamentos para entrevistas em dez vagas disponíveis: assistente administrativo; auxiliar de estoque; coating supervisor; estágio de engenharia civil; faxineira escolar; mecânico de refrigeração; engenheiro de tubulação e layout; QC engineer; supervisor de tubulação e técnico instalador de câmeras e alarmes CFTV.

No Estado
Das 6.618 vagas de trabalho disponíveis no Estado, 67,7% não exigem experiência; 20,5% não pedem escolaridade; 28,4% solicitam candidatos com Ensino Fundamental completo; e 20% com Ensino Médio completo. Em relação ao setor econômico, 32,6% das vagas pertencem ao setor de serviços; 31,4% à indústria; 19,5% ao comércio; 13,5% à construção; e 2,8% à agropecuária. A remuneração de 47% das oportunidades varia de 1,5 a dois salários mínimos e de 24,6% das vagas, de dois a três salários mínimos.

Atendimento preferencial para migrantes
Para celebrar a 3ª Semana Estadual do Migrante, nesta quinta as agências do Sine ofereceram ainda um atendimento preferencial a estrangeiros. No RS são mais de 2,7 mil cadastros. Desse total, 55,4% tinham renda e 38,6% eram chefes de família. A nacionalidade, em sua maioria, era de haitianos (1.261), venezuelanos (1.015), uruguaios (167), senegaleses (83), argentinos (56), cubanos (53) e bangladeses (42).

Os haitianos e venezuelanos são os que mais buscaram informações no Sine Pelotas, embora a procura seja pequena, na avaliação do coordenador Glauber Bürkle, que acredita que os estrangeiros procuram outras regiões do Estado com mais oportunidades de trabalho. Só para ter uma ideia, segundo o FGTAS, as maiores quantidades de vagas estão em Nova Santa Rita (510), Porto Alegre Centro (383), Erechim (345), Farroupilha (328), Garibaldi (320) e Caxias do Sul (310). “Os que ficam por aqui, infelizmente, trabalham na informalidade”, admitiu. A principal demanda dos estrangeiros é sobre documentação.

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