Perspectiva
Zanchin propõe Marco Legal da Educação Gaúcha
Em evento da ADI, presidente da Assembleia Legislativa detalhou proposta que visa elevar o desempenho do ensino no Estado
Celso Bender/Agência ALRS - Especial DP - Deputado diz que a escolha da Educação como tema central da AL se dá pela sua importância no desenvolvimento econômico e social
Durante a cerimônia de posse da gestão 2023/2024 da Associação de Diários do Interior (ADI), o presidente da Assembleia Legislativa (AL) do RS, Vilmar Zanchin (MDB), anunciou um plano para reverter a crise na educação gaúcha. O projeto nasce da queda no desempenho do Estado nas avaliações de ensino, que se soma ao déficit da educação brasileira na comparação com os países desenvolvidos.
Conforme Zanchin, a escolhemos da Educação como tema central da AL se dá pela sua importância no desenvolvimento econômico e social, mas também pela urgência. "A última edição do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes realizado pela OCDE, impôs ao Brasil uma duríssima realidade." No quesito leitura, fundamental para a compreensão, o País ocupa a 57ª posição, com nota 413, abaixo da média dos países avaliados, cuja nota chega a 487. A China lidera o ranking, com nota 555. "Temos dificuldades no acesso à educação infantil, visto que em muitos municípios ainda faltam vagas, problemas para manter a criança e o adolescente na escola e no ingresso às universidades."
Pesquisa desenvolvida pela Unicef mostra que 11% dos jovens com idade entre 11 e 19 anos estão fora da sala de aula no Brasil. A cada 100 jovens com idade entre 18 e 24 anos, apenas 18 estão matriculados no ensino superior. A questão é acentuada no Rio Grande do Sul. O Estado ocupa a 9ª colocação no Ideb dos anos iniciais e a 13ª nos anos finais entre as 27 unidades da Federação. No Ensino Médio, ocupa a 8ª posição. "Um Estado que foi referência em qualidade da educação não pode se conformar com esse desempenho. A Assembleia decidiu colocar a Educação para o Desenvolvimento como tema central da gestão para reverter esse quadro", diz o deputado.
Segundo Zanchin, a iniciativa já está em prática, com a formação de um conselho consultivo com especialistas renomados, citando a professora Claudia Costin, o ex-ministro Rossieli Soares, a gaúcha Mônica Timm, que integra o Pacto pela Educação RS, o executivo do Instituto Natura David Saad e a secretária Raquel Teixeira. O grupo avalia as condições e identifica prioridades. Em paralelo, há eventos regionais ouvindo as comunidades escolares e setores produtivos. Segundo Zanchin, há a pretensão de construir um marco legal da educação gaúcha ao final do ano. "Ou seja, mais do que identificarmos as necessidades e alinharmos estratégias de avanços, queremos transformá-las em lei, para que tenhamos uma política de Estado para a Educação e não mais de governo."
Eixos prioritários
Segundo ele, quatro eixos prioritários já foram identificados: alfabetização na idade certa, ensino médio integral e a análise dos gargalos sobre uso de tecnologia em sala de aula e fortalecimento da carreira docente.
Na análise de Zanchin, o recuo ocorreu na omissão de debate e demora para encarar o tema com urgência. "Educação, ao longo dos anos, foi assunto de poucos. Quem não era professor, automaticamente era excluído - ou se excluía - das discussões. Felizmente essa realidade tem mudado. Hoje, há no Rio Grande do Sul uma sinergia entre governo, entidades e a sociedade, discutindo esse tema com um viés de solução."
O evento
A entrevista ocorreu durante a posse de Ricardo Silberschlag, que assumiu a presidência da ADI, entidade que congrega os grupos de comunicação regionais do RS. Diretor do jornal Folha do Mate, de Venâncio Aires, Silberschlag substituiu o diretor do Grupo A Hora, Adair Weiss, no cargo de presidente da entidade que congrega os grupos de comunicação regionais RS.
Na reunião, os representantes da ADI debateram temas que serão abordados durante o seminário e o congresso da entidade, eventos que ocorrem no segundo semestre. Uma das principais discussões é sobre o prejuízo provocado pelas fake news ao jornalismo, e as consequências da desinformação nos negócios do setor. A intenção é debater o assunto no seminário, além de unir forças com as entidades nacionais de combate à prática. Por fim, a Assembleia aprovou mudança no nome da associação, que passa a se chamar ADI Multimídia. A mudança visa abranger o crescimento das empresas associadas, que hoje, além de jornais, também abrangem em seus negócios rádios, portais, revistas, editoras e produtoras de eventos.
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