O último mês foi marcado por grandes volumes de chuva e umidade na Zona Sul do Estado. E o mês de agosto não será diferente: a Metsul Meteorologia divulgou boletim com previsão de altas precipitações para os próximos sete dias. De acordo com os dados, só as chuvas previstas para ocorrer entre esta quinta-feira (4) e sexta já podem atingir ou ultrapassar a metade da média histórica do mês inteiro, que é de 120 milímetros para a região.

A chuva chegou a Pelotas ainda na noite de terça-feira. Até a tarde desta quarta (3), o acumulado diário apontava 42,6 milímetros, conforme dados da Agromet. E a projeção é de que o clima siga assim. O boletim divulgado pela MetSul Meteorologia projeta que nas próximas 72 horas, em Pelotas pode chover entre 30 e 50 milímetros. Já na região de Rio Grande, a média oscila entre 50 e 100 milímetros. E em Santa Vitória do Palmar e Chuí a chuva deve chegar ainda com mais intensidade: o volume pode alcançar até 100 milímetros.

Segundo a meteorologista Estael Sias, por estarmos em zona de transição de temperatura a instabilidade faz parte das características do Estado e da época do ano. "Essa instabilidade começou com uma frente quente, e hoje [quarta] o ar quente empurrou as nuvens carregadas ao Sul do Estado. A partir de amanhã [quinta] o ar polar vai espalhar essa instabilidade pelo Rio Grande do Sul, mas a chuva mais forte seguirá concentrada pelos municípios da Zona Sul", pontua a meteorologista.

Como fica o tempo durante o mês?
A meteorologista compartilha que o mês de agosto traz entre suas características a instabilidade e o início de temperatura mais altas. "Grande variabilidade da temperatura, já ocorrem períodos mais quentes com período gelado". Além disso, Estael faz projeções sobre o mês. "Agosto de 2022 terá influência do fenômeno La Niña e isso, associado a uma frequência de dias mais frios, comparados ao mês de julho, do qual não vivem uma sequência de dias mais gelados. Nós vamos ter ao menos três massas de ar polar, combinados com período onde as temperaturas são mais altas", relata.

Sobre as chuvas, a região não terá alívio e a umidade também continuará em alta. Haverá alternância entre chuvas e períodos melhores, incluída uma janela com tempo firme no meio do mês. Já estando quase no meio da estação, o inverno deste ano tem apresentado características já conhecidas por muitos. Quem reside em Pelotas já está acostumado com a umidade, mas neste inverno não foi difícil notar dias predominantemente úmidos na região. "O mês que mais teve chuva em 2022 foi julho, foi muito úmido. Tivemos 263 milímetros, bem mais que o normal. E agosto também pode ter uma frequência alta de dias com céu nublado e chuvosos, com a predominância de dias mais úmidos", adianta a meteorologista.

Alertas 
Até o início da noite, a Defesa Civil não havia recebido nenhuma notificação de estragos na região, mas com a previsão de alta precipitação para as próximas horas, o coordenador regional da Defesa Civil no Sul do Estado, tenente-coronel Márcio Facin, faz alguns alertas.

- Em caso de tempestades, se estiver chovendo forte ou trovejando, é importante se manter dentro de casa e procurar um local seguro, que não corra risco de desabamento ou de ser atingido por raios elétricos.
- Procure ficar longe de árvores e janelas e não fique próximo de eletrodomésticos que puxem energia.
- Recomenda-se sempre desligar os aparelhos da tomada quando uma forte tempestade se aproxima, pois a variação de energia elétrica pode fazer com que a sua TV, computador ou até mesmo celular queime.
- Se estiver fora de casa, procure locais onde possa se abrigar, como lojas e outros locais cobertos que podem ser uma opção na hora de se proteger durante uma tempestade.
- Deixe lanternas e baterias sempre por perto, pois você poderá ficar no escuro caso ocorra falta de energia.
- Em caso de emergência, ligue para o Corpo de Bombeiros através do 193 e, em caso de necessidade de falar com a Defesa Civil, busque o número de contato disponibilizado em seu município. Em Pelotas, o contato pode ser feito pelo 153.

Confiras algumas cidades onde as chuvas devem ser mais intensas (*) 

Arroio Grande: 50 a 100 milímetros
Canguçu: 30 a 40 milímetros
Jaguarão: 50 a 100 milímetros
Pelotas: 30 a 50 milímetros
Rio Grande: 50 a 100 milímetros
Santa Vitória do Palmar: 100 a 150 milímetros

(*) Fonte: Metsul Meteorologia