Marcelo Oxley

A conta sempre será da “desigualdade social”

Empresário é espancado quando caminhava na praia de Copacabana, Rio de Janeiro. Colaborador é assaltado em Porto Alegre e tem o celular roubado, quando esperava o ônibus. Ao retornar para casa, família é feita refém em Recife. Mulher sofre tentativa de feminicídio em Fortaleza. Policial é assassinado com um tiro na cabeça em Minas Gerais. Vocês sabem o que os casos acima têm em comum? Todos sofrem alterações robustas e penas mais leves, quando os advogados de defesa dos acusados falam em “vítimas da desigualdade social”.


Vou contar-lhes uma breve história: em Pelotas, conheci uma senhora muito humilde que teve seis filhos. Em sua casa, dois quartos, cozinha, sala e banheiro. Ela precisou cuidar dos filhos sozinha, pois bem nova ficou viúva. As dificuldades que a vida lhe impôs não foram suficientes para deixar de criar os filhos honestamente, com caráter inabalável. Mesmo com a escolaridade muito aquém do ideal, aquela família venceu na vida. Todos se tornaram trabalhadores, pais, e puderam desfrutar por anos de uma vida voltada aos princípios, aos bons costumes. Assim como nesse caso, existem milhões iguais no Brasil. Não é pelo fato de terem sido pobres que iriam roubar, assassinar, estuprar ou colocar em dúvida o que é certo ou errado. Não há justificativa para isso! O vitimismo não fez parte daquela casa e não faz parte até hoje.


Quem já não ouvir falar no indulto natalino e na saída temporária? As famosas “saidinhas”. Somente em São Paulo mais de 37 mil presos usufruíram do benefício. Foi naquele Estado que 398 desses foram recapturados por novos delitos. A propósito, você sabe quem também já foi contemplado com a “saidinha”? Alexandre Nardoni. Acusado de matar a própria filha.

A insegurança tomou conta do País como jamais vimos. No momento em que um dos ministros é visto subindo um Morro comandado por traficantes e o atual governo admitindo a “dama do tráfico” para alguns assuntos específicos, entendemos que pouco poderá ser feito para salvar a nação. No instante em que o presidente diz que um homem “roubou para comprar uma cervejinha”, você já poderia encerrar o assunto segurança. Nada mais pode ser feito e aqueles que estão lá para ajudar debocham da maneira mais fria que há. Sem respeito ou empatia com quem já passou por algumas situações como as descritas neste texto.


No último dia 7 de janeiro, domingo, um policial militar de Minas Gerais foi morto com um tiro na cabeça. O acusado, um homem com 18 passagens pela polícia (duas por homicídio), não tinha retornado de sua “saidinha” no dia 23 de dezembro. O não-cumprimento do prazo, aliado a essa brecha indecente da lei, causou o assassinato de um pai de família que estava fazendo o seu trabalho. Esse é o processo que causa indignação aos policiais: o delinquente é preso, e, em questão de horas é liberado pela frouxura das leis. Para piorar ainda mais, os magistrados daquele Estado qualificaram o assassino como “fruto da desigualdade social”. Você já imaginou os familiares do policial lerem essa notícia? O sentimento de impotência que devem estar? A certeza que muito pouco será feito para o seu algoz? É um mix de covardia que começa com quem deveria agir de forma rápida e firme. Somente quem sentiu na própria pele essa situação, tem a capacidade de avaliar essa avalanche de desastrosas leis, acomunadas por um governo incapaz de rever alguns métodos.

Você já imaginou se a moda pega? O aumento da criminalidade sendo tratada por algum tipo de “vitimismo”? Perdendo o conceito dos princípios, do que pode ou não pode.
Segurem-se!


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