Lênin Landgraf
Mestre em História
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Foi comemorado no último 1º de junho o Dia da Imprensa Brasileira, que assinala a importância de todos os meios de comunicação e, principalmente, dos profissionais que trabalham na área, que muitas vezes passam por dificuldades para exercer sua profissão. O exemplo mais recente aconteceu no estádio do time paulista Palmeiras, quando o técnico de futebol - que rotineiramente é hostil com os jornalistas - arrancou da mão de um repórter um celular, que estava sendo utilizada para gravar uma discussão entre dirigentes e os responsáveis pela arbitragem. Não é possível que naturalizemos atitudes como essa.

Sobre a data, foi escolhida em alusão ao primeiro jornal surgido no País, o Correio Braziliense, fundado em 1808 por Hipólito José da Costa. O jornalista é ainda homenageado pela Academia Brasileira de Letras, onde é patrono da cadeira de número 17. Nesse dia, o 1º de junho, circulou o primeiro número do jornal que era redigido também por Hipólito. Devido à censura - ato comum no meio da imprensa - na época, o jornal era produzido, editado e vendido em Londres, na Inglaterra. Possuiu circulação regular mensal até o mês de dezembro de 1822, somando um total de 175 números, compostos de 96 a 150 páginas.

A censura que atingia o Correio Braziliense se dava pela oposição que fazia à Coroa. Sua circulação e leitura eram terminantemente proibidas em Portugal e no Brasil. Contudo, pesquisadores apontam que o jornal chegava ilegalmente ao País e circulava nos principais centros urbanos do período.

É importante frisar nesse 1º de junho que a imprensa livre, independente e profissional tornou-se - principalmente no último período - um dos grandes pilares de nossa democracia. Aos profissionais da imprensa cabe a apuração da verdade, de fatos, independentemente de quem atinja. Segundo apurou o MediaTalks, o Brasil ocupa hoje a 92º posição em um ranking formado por 180 países, sendo uma das nações citadas em que a desinformação é mais proliferada no mundo.

Devemos muito à imprensa. Quantos escândalos de corrupção, desvios e outros tantos absurdos já ficamos sabendo somente devido aos meios de comunicação? O trabalho desempenhado pelos jornalistas e demais profissionais que compõem o campo é, a cada período que passa, fundamental. Contudo, tal trabalho só é realizado com êxito se houver liberdade de imprensa, um dos preceitos da democracia. Por isso, é papel de todos, jornalistas ou não, estar atento e preservar tal liberdade.

Ainda, com o advento da internet e o surgimento das fake news em massa, sendo facilmente repassadas por aplicativos de conversa, a imprensa séria e competente mostra-se mais uma vez necessária, buscando apurar e desmentir tais fake news. Vimos, em mais de uma eleição, a guerra travada entre os profissionais sérios e os mentirosos. O que faríamos sem e que fim teríamos tem as noticias de qualidade e realmente apuradas? Assim, declaro mais uma vez minha admiração por quem trabalha na área e deixo meus parabéns a todos os profissionais da imprensa brasileira.