Editorial

A necessidade de uma bancada coesa

A partir de hoje, começam a tomar posse os parlamentares escolhidos pelos eleitores gaúchos para representá-los durante os próximos quatro anos em nível estadual e federal. Primeiro nesta terça, na Assembleia Legislativa, com a solenidade que oficializa os 55 deputados estaduais desta legislatura. Amanhã, no Congresso Nacional, será a vez dos 31 deputados federais e um senador do Rio Grande do Sul tomarem seus assentos na Câmara e no Senado.

Como já é sabido - e lamentado -, a população não elegeu (ou reelegeu) deputado estadual com base em Pelotas e Rio Grande, os dois maiores municípios da Zona Sul. Fato que possui diferentes interpretações, mas que converge para o fato de que significa redução da influência política destes polos da região em nível estadual. Em que pese o governador ser pelotense, a participação de líderes regionais também no Legislativo é importante. Costumam ser estes representantes os mais demandados diretamente pelos cidadãos, com seus gabinetes permanentemente recorridos por conta de seus posicionamentos quanto a projetos e também em busca de apoio para articulação junto ao governo. Essa falta de pelotenses e rio-grandinos, no entanto, não significa ausência de representação regional, já que Zé Nunes (PT), de São Lourenço do Sul, e Pedro Pereira (PSDB), de Canguçu, foram reeleitos.

Já em nível federal, Daniel Trzeciak (PSDB), não-pelotense, mas radicado na cidade, foi reeleito, enquanto Alexandre Lindenmeyer (PT), de Rio Grande, conquistou seu primeiro mandato. Há ainda o bajeense Afonso Hamm (PP), também com vínculos em Pelotas, reeleito. Os três estarão na Câmara.

Como visto, são políticos de campos ideológicos opostos. Partidos que durante anos foram adversários ferrenhos e, mais recentemente, tornaram-se ainda mais distantes devido à disputa entre lulistas e bolsonaristas. Contudo, espera-se que alguns sinais de maturidade política e interesse genuíno pelo bem comum sejam efetivamente levados adiante. Posturas como as demonstradas por Trzeciak e Lindenmeyer, que logo após a eleição tiveram um encontro e mostraram disposição em atuar conjuntamente em temas de interesse da região.

Tudo que os cidadãos do sul do Estado esperam é que os seus poucos representantes saibam convergir na direção do desenvolvimento das cidades. Sem deixar de lado convicções políticas, mas sabendo atuar pelo consenso e com objetividade. Afinal de contas, dentre os 87 parlamentares gaúchos a serem empossados, a Zona Sul tem menos de um décimo. Ou isso serve para algum grau de diálogo e unidade, ou todos sairão perdendo.

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