Opinião

A proposta de aumento do "bem"

Por Marcelo Oxley
Empresário e jornalista
marceloesporte [email protected]

Você é empresário? Não importa o tamanho de sua empresa. Como você lida com o pagamento de seus impostos? O seu negócio está saudável para mais um reajuste? Quantos leões por dia você precisa matar?
A vida de um empresário não é nada fácil. Por vezes, rebolamos daqui para pagar ali, e assim vamos. Sentir o semblante triste de um ótimo colaborador ao ser despedido é algo desanimador para ambos: primeiramente conseguir uma boa mão de obra está cada vez mais difícil e se você teve que dispensar, com certeza, sua empresa está perdendo espaço no mercado. Pela porta sairá alguém que terá que comunicar seus familiares que não tem mais um emprego, infelizmente. Começa ali o se "refazer", tanto para um, quanto para o outro.
Ser um empresário é não conseguir dormir bem: amanhã é preciso ter as finanças correspondentes para o pagamento dos salários, 13°, férias, taxa tributária, aluguel e tudo que seja preciso para mantermos os nossos empreendimentos. Ora, o colaborador "pegou junto" e nada mais justo que pagá-lo. Está na lei! Ele merece! Sem ele você seria apenas uma "ideia".
Porém, o nosso governador do Estado, possivelmente para tapar alguns rombos em que não somos conhecedores, anunciou que fará uma proposta de 19,5% de aumento no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Produtos (ICMS). Ganhamos essa informação como regalo de Natal. Às vésperas de encerrarmos mais um ano de forte batalha contra uma política polarizada e que coordena todos os nichos possíveis. Eduardo Leite, em campanha política, disse que não reajustaria quaisquer imposto que tivesse que assinar.
Como desculpa, se é que um amento de imposto seja plausível de uma, ele diz que precisa garantir o investimento do seu Estado e pasmem, disse também que o reajuste chega para que não tenhamos perdas futuras. No próximo parágrafo vou explicar gratuitamente essas justificativas. Para aqueles que nunca trabalharam ou acreditam que a vida de um empresário é simples, é uma boa chance de rever tal conceito.
Caríssimo governador, com todo respeito, o empresário não tem muitas condições e nem tempo de pensar no futuro. O senhor acredita que devemos esperar quanto tempo para que nos chegue algo novo, apreciável? O bambolê que rodamos diariamente faz inveja a qualquer contorcionista. O senhor teria uma breve noção de quantos gaúchos perderão seus empregos com esse reajuste do ICMS? Ou, o senhor acredita que já estamos fazendo mágica? Lamentavelmente, cabeças terão que rolar. Não há como segurar mais esse rojão, governador. O nosso poder de compra será reduzido drasticamente, assim como o nosso quadro de funcionários. Se o senhor atravessa obstáculos financeiros para administrar o seu governo, lhe convido a gerenciar uma empresa e sentir os resultados de uma nova taxação. Obviamente, com suas devidas proporções. Aqui em Pelotas, tua Terra natal, podes fazer um curso de como administrar. Há vários empresários e gerentes aptos para lhe ensinar. Lógico que não lhe recomendarei a administração da Prefeitura, pois as coisas não andam nada bem por aqui, caso o senhor não seja sabedor (posso lhe enviar um texto sobre o déficit milionário e outras "coisinhas" que vêm acontecendo por aqui). Evidentemente, e volto a lhe informar com toda educação, não lhe apresentarei a gestão de uma nova empresa, pois a nossa prefeita, ou mesmo o senhor, não foi capaz de trazer um novo investimento para nossa Pelotas, me desculpe.
Enfim, caríssimo governador: reveja a proposta e não faça isso com o teu povo. Votos lhe foram confiados.


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