A matéria da editoria de Economia da edição de ontem do Diário Popular joga luz sobre um tema que, há bastante tempo, vem causando dor de cabeça nos lojistas do Centro de Pelotas. Em tempos de tantas possibilidades, a região segue atrativa para compras? Há movimentação durante a semana e tudo mais, mas neste domingo, o primeiro de preparação para o Natal, mesmo com o 13º salário no bolso, houve baixa circulação. Tudo bem que as pessoas têm o costume de deixar tudo para a última hora e que daqui uns dias haverá filas. Mas e no resto do ano?

É difícil, em primeiro lugar, concorrer com o online. A facilidade de escolher uma gama infinita de produtos, em variadas condições de pagamentos, e receber na porta de casa é muito atraente. Mas, ainda assim, há quem prefira ver algo antes de comprar. E é nessas pessoas que o Centro de Pelotas precisa focar em ser acolhedor. Há, de certo modo, uma concorrência com o Shopping Pelotas que vem em constante crescimento e expansão. Muito se explica por questões como infraestrutura, facilidade de acesso e atrações variadas, além, é claro, da segurança.

E talvez seja nisso que a região central não só de Pelotas, como também de Rio Grande e tantas outras têm que investir. É preciso ser um espaço legal para o cliente. Muitas lojas apostam numa ideia que parece ser contraproducente de uma abordagem quase forçada nas ruas, enquanto, para manter o cliente, ser agradável e personalizado é o que difere.

Hoje é visível a quantidade de prédios vazios, muito por, talvez, não ser tão atrativo até mesmo para o comerciante alugar um espaço diante do cenário que o Centro se encontra. É necessário um investimento também estrutural, que vai muito além de ter um Calçadão reformado - o que já faz quatro anos e, inclusive, alguns problemas começam a surgir. A iluminação em led tende a trazer mais segurança em alguns quesitos, mas a mobilidade urbana também precisa ser pensada para favorecer a circulação do cliente no Centro.

O comércio gera muitos empregos e o fortalecimento da estrutura no entorno desse setor é benéfico para toda a cidade. Retorna com impostos, com dinheiro circulando e com fortalecimento econômico e da autoestima regional.