Editorial
Algum ajuste é necessário
O sempre atento leitor do DP certamente já percebeu a recorrência de um tipo de assunto nas páginas, site e redes sociais do Jornal: saúde. Algumas notícias positivas como o andamento da construção do Hospital Regional de Pronto-Socorro (HRPS) e a ampla disponibilização de vacinas contra a Covid-19 e outras doenças previstas no calendário nacional são algumas das pautas acompanhadas de perto. Contudo, há outras reportagens, bem mais preocupantes, que se fazem necessárias diante dos repetidos problemas encontrados pela população. E elas dizem respeito, sobretudo, à dificuldade de atendimento que muitos pelotenses enfrentam em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Areal.
Em rápido levantamento das principais matérias sobre o tema publicadas nos últimos meses, é possível identificar diversos casos de unidades sem médicos ou com número aquém do necessário. Situações como a de moradores das localidades da Cordeiro de Farias e do Cerrito Alegre, que no ano passado fizeram protestos para chamar atenção à ausência de profissionais com quem pudessem ter consultas e receber prescrições.
Problema que não está apenas em áreas afastadas da zona urbana de Pelotas. Recentemente usuários da rede pública de saúde e servidores relataram que, além da insegurança, há falta de médicos no posto do Laranjal. A equipe do DP esteve no local, viu e trouxe o testemunho da dificuldade de quem tem naquela UBS a sua referência em cuidados iniciais. Como também viu, mais de uma vez, pacientes esperando por horas para uma consulta na UPA do Areal. Embora não tenham a informação técnica, os usuários costumam repetir que o problema é a quantidade de médicos, insuficiente para agilizar o serviço. Versão, pois, corroborada por representantes locais do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) que, como publicado ontem, alegam sobrecarga devido à redução no quadro naquela unidade. Excesso que, ainda conforme a entidade, também seria reflexo dos desfalques nas UBSs, visto que os pacientes recorreriam à UPA ao perceber a inexistência de médico no posto perto de sua casa.
A Secretaria Municipal de Saúde reconhece alguns destes problemas. Outros, como a sobrecarga na UPA, rebate. Porém, havendo ou não a dificuldade no tamanho relatado por profissionais, fato é que há muitos pelotenses insatisfeitos com o atendimento disponibilizado na saúde básica. E ninguém reclama ou protesta – ainda mais em um tema como esse – por prazer ou implicância. No mínimo um desconforto grande é gerador das cobranças, muitas vezes canalizadas à imprensa para que dê voz e projeção. Há, portanto, a necessidade de ação do poder público. Porque saúde é essencial e exige soluções efetivas.
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