A recente implementação da plataforma "Salve" pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) não apenas traz à luz a extensão das ameaças à biodiversidade brasileira, mas também ressalta a urgência de uma abordagem sustentável para a coexistência entre a produção e a preservação. A constatação de que 84 espécies estão sob risco de extinção no bioma Pampa, situado sobretudo no Rio Grande do Sul, atua como um sinal crítico de alerta, ecoando uma necessidade inadiável de agir em prol do meio ambiente.

Para que o Brasil e suas comunidades biodiversas floresçam, é fundamental adotar uma abordagem de uso sustentável dos recursos naturais. Intensificar a produção agrícola e pecuária sem considerar as implicações ambientais é uma prática que precisa ser revista. A destruição de campos nativos em favor de lavouras de monocultura não apenas ameaça espécies animais e vegetais, mas também coloca em risco serviços ecossistêmicos cruciais, como a regulação hídrica e a manutenção da fertilidade do solo.

A preservação das espécies nativas de animais e plantas, assim como dos recursos hídricos, é um investimento no futuro. Intensificar a proteção dos habitats naturais não apenas garante a sobrevivência de espécies únicas, mas também contribui para a manutenção da biodiversidade como um todo. A reação em cadeia desencadeada pelo desaparecimento de uma única espécie pode ter efeitos desastrosos em toda a teia da vida.

Além disso, a integração da produção agrícola e pecuária com a preservação ambiental é uma estratégia viável e benéfica para ambas as frentes. Felizmente, a cada dia essa visão de futuro está mais presente no agronegócio, que investe muito em tecnologia e conhecimento para continuar produzindo mais e melhor, assegurando o menor impacto possível ao ambiente. O que, além de sustentável, é uma ida ao encontro de oportunidades de negócios criadas por uma tomada de consciência coletiva em todo o planeta, não só em mercados locais.

O chamado à ação sustentável deve continuar sendo reverberado, especialmente diante dos dados da plataforma "Salve". Se muito já mudou no entendimento do uso da terra e da água, ainda há importante caminho a ser trilhado. O equilíbrio entre a produção e a preservação é uma missão que não pode mais ser negligenciada. A sociedade e os tomadores de decisão têm papel fundamental na construção de um futuro onde o progresso econômico ande de mãos dadas com a preservação ambiental. O Brasil - e o RS com o bioma Pampa - possui a riqueza natural e a capacidade de liderança para ser um farol global de sustentabilidade, trilhando caminho que beneficie não apenas o presente, mas também as gerações que ainda estão por vir.