Editorial

Disparidade total

Na sexta-feira, a final do Mundial de Clubes da Fifa mostrou, mais uma vez, a disparidade do futebol europeu diante do nosso. Por mais que o Brasil se abrace na alcunha de “País do Futebol”, nossa paixão e talento natural não são mais páreo para a diferença financeira que temos diante dos europeus. Mas é um erro resumir só a isso o atropelo que o Fluminense sofreu do Manchester City. Não é só dinheiro em campo. 

A questão do preparo chama muita atenção. Fisicamente, os times europeus sobram diante dos nossos, tanto em imposição muscular quanto em velocidade. Além disso, Fernando Diniz, o grande nome tático do País nesse momento e treinador interino da Seleção Brasileira, sucumbiu em menos de um minuto para a pressão alta imposta por um time de Pep Guardiola. O 4 a 0 no placar, aliás, é o mesmo da última vez que um brasileiro tinha enfrentado o catalão. Em 2011, o Santos de Neymar, treinado por Muricy Ramalho, o grande nome da década retrasada no futebol brasileiro, sofreu o mesmo placar para o Barcelona dele. 

Fora isso, nos últimos anos, o representante da Libertadores chegar à final do Mundial tornou-se mais complicado. Começou com o Internacional em 2010, mas vieram Atlético-MG, Palmeiras, Flamengo, River Plate e Atlético Nacional, que também perderam antes de chegar a enfrentar o europeu. Faz 11 anos que um brasileiro não ganha o campeonato da Fifa e, no atual formato, o troféu só veio quatro vezes. 

A derrota do Fluminense era esperada, afinal de contas o Manchester City já vem há alguns anos sendo, com sobras, o time que melhor pratica futebol no mundo. O placar elástico talvez tenha pego alguns de surpresa, mas realmente é tão surpreendente assim? Após toda derrota acachapante do futebol brasileiro, teorias são lançadas sobre como voltar ao período das glórias. Foi assim nas últimas cinco Copas do Mundo, em especial após os 7 a 1 de 2014. Os diagnósticos foram variados, passando por dinheiro, tática, técnica, preparo, vontade, dedicação, mentalidade, físico… 

No entanto, o que nos separa tanto do restante do mundo é um compilado de tudo isso. Por muito tempo o Brasil sentou-se sobre a vantagem de praticar o melhor futebol do mundo. Hoje não é mais verdade e, mesmo que se diga que cada derrota é uma lição, o cenário atual é que a gente já está fazendo pós-graduação em perder para europeus.

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