Editorial

Falsas promessas

A reportagem que o Diário Popular publicou na edição desta segunda-feira, primeiro de abril, falando sobre período eleitoral é uma daquelas que o cidadão deveria recortar e guardar em sua casa. Isso porque mal começou o período pré-eleitoral, em que adesivos são colados em carros e pessoas indignadas surgem em redes sociais gravando vídeos ou fazendo mil e uma promessas. É uma parte normal do ciclo da pré-campanha, da campanha e da manutenção de votos, ou busca por fidelizar um eleitor.

No entanto, é vergonhoso ver que muitos usam da inocência ou da desinformação de parcela da população para tentar angariar votos. Vereador não faz serviço urbano, nem consegue vaga em escola. Vereador também não define o orçamento, não decide onde a Prefeitura vai fazer investimentos, nem é capaz de promover obra. No entanto, o que mais veremos ali na frente é gente prometendo asfalto, quebra-molas, escola, vaga, médico na UBS, enfim. É, também, um momento para o eleitor ficar antenado e ver que se o candidato mente tão cedo, um alerta deve ser aceso.

Claro, o político pode aproveitar sua posição e fazer lobby junto ao Executivo e a outros poderes. Mas não tem como garantir que alcançará isso. A Constituição Federal permite ao vereador apenas legislar, elaborar e discutir leis de competência municipal, obedecendo a Constituição, a legislação federal e a Lei Orgânica do Município. Tem também função fiscalizatória das ações do Executivo. E só.

Prefeitos também. É comum ver gente prometendo coisas que competem sequer à Presidência da República, como a pauta de costumes, tão forte nos últimos debates políticos. Quando há identificação de uma insatisfação por parte do público, é quase natural ver promessas de coisas que vão muito além de sua competência. Também é preciso cuidado.

Para o eleitor, é essencial ficar de olho na postura de tais candidatos e procurar se informar pela imprensa e pelos órgãos oficiais da autoridade eleitoral. Para os candidatos, é importante criar vergonha na cara na hora de elaborar uma proposta. E para a imprensa, é urgente atuar como o papel fiscalizatório que a sociedade espera dela e não aceitar que o povo seja feito de bobo.

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