Artigo

Família, fumicultura, meio ambiente e alimentos

Por Roni Quevedo - Médico
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Estamos num momento mais do que oportuno para ajudar o plantador de fumo, sua família, nosso ambiente e a pandemia da fome. Ajudá-lo efetivamente na troca de cultura. Portanto, mais saúde, mais alimento, menos fumo, ambiente mais saudável.

Nossas ações, em prol destas famílias de fumicultores serão direcionadas para impedir definitivamente que continuem sofrendo. Intoxicam-se com agrotóxicos e com o manuseio do fumo. Toda a família – pai, mãe e filhos.

Momento extraordinário para que os governos federal, estadual e municipal tomem atitudes sérias, preventivas em saúde pública, sociais e econômicas em prol do bem comum. Nossa expectativa é imensa.

Segundo informação do Instituto Nacional do Câncer (Inca), “anualmente o Brasil gasta R$ 85 bilhões com despesas médicas e perda de produtividade provocadas pelo tabagismo. O País arrecada anualmente R$ 13 bilhões em impostos com a venda de cigarros”.

É custo social-econômico. Evidentemente não temos como mensurar o custo afetivo-emocional da morte de fumantes ativos e passivos e o sofrimento dos fumantes, não fumantes e seus familiares, produzido intencionalmente por um tóxico de livre comércio. Ao protegermos centenas de famílias de fumicultores, estaremos promovendo saúde para todos. Lembre-se: ninguém fuma sozinho! Estão aí as sete mortes diárias, no Brasil, de fumantes passivos.

Esta “glória” dos maiores produtores mundiais de tabaco é considerada pela Organização Mundial de Saúde como impossibilidade para o crescimento e desenvolvimento sustentável. Para a industrialização do fumo e torná-lo cigarro, extensas áreas são utilizadas para o plantio de árvores com a finalidade de fornecer carvão para secagem do fumo; e extensas áreas são utilizadas para o plantio de árvores com a finalidade de produzir papel para empacotamento do fumo em suas diversas apresentações. Se plantar fumo fosse realmente rentável, a indústria da nicotina já teria tomado conta desta cultura.

A mudança do fumo para outra cultura, além de proteger famílias, evita o desmatamento, a contaminação do solo, da água e do ar. Refazer o ambiente ecológico aniquilado pela fumicultura é praticamente impossível. Sem fumicultura, deixaremos de propagar pobreza, doenças, sofrimento e mortes.

De outro modo, utilizar água, que se percebe cada vez mais escassa, para o plantio de veneno é sem dúvida algo de uma profunda ignorância e um atentado incalculável aos direitos humanos.

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