Editorial
Fantasmagórico
É triste a situação do Grêmio Atlético Farroupilha. Eliminado de vez da Terceirona gaúcha, a última das divisões, sem nenhuma vitória nos cinco primeiros jogos (ainda tem um pra cumprir tabela…), o Fantasma do Fragata vive fase inacreditável que quase faz jus ao apelido, da pior maneira possível. Parece uma alma penada que vive na memória. Hoje, o clube sequer chega ao patamar de Brasil e Pelotas em termos de alcance, mas tudo bem. Enquanto houver um torcedor, deve haver clube. Faleceram os simbólicos Trem e o Coronel Poeta, mas outros seguem. Entretanto, os últimos anos são duros demais e o desrespeito com a instituição parece imperar.
Depois de um 2022 em que o clube foi mais notícia nas páginas policiais que nas esportivas por causa dos escândalos de manipulação de resultados, com atletas deliberadamente entregando partidas para benefício próprio (ou de alguma quadrilha, as investigações seguem), o clube foi alvo até de operação policial. Veio o 2023 e, com ele, promessas, promessas e promessas. A nebulosa saída do Nicolau Fico segue dando o que render. Pouco ou nada foi deixado claro realmente. Afinal, onde será o novo estádio? Sempre citada a avenida 25 de julho, nas Três Vendas (ou seja, o Fantasma não será mais do Fragata…), para receber o suposto estádio Ninho do Cardeal, nunca foi passado, de fato, um endereço. Onde será, então? E o que será feito com o Nicolau Fico? Quem é a empresa parceira responsável pela permuta? Quais os moldes da permuta? Qual será o destino do antigo estádio? Qual o motivo para tanta falta de clareza no que tange o patrimônio do clube? Qual o cronograma desse processo todo?
Começada a temporada, o campo foi tão ou mais vergonhoso quanto o extracampo. O Farrapo foi facilmente superado pelos três clubes de Rio Grande na primeira fase. Treinador demitido na segunda rodada. Jogadores criticados publicamente pela direção. Um, inclusive, foi preso após denúncia de racismo. O futebol do Farroupilha não fez jus aos investimentos que, segundo o presidente Fábio Costa, beiram os R$ 100 mil. Aliás, o presidente, que foi mais notícia que o time com entrevistas cheias de frases de efeito e ponderações que viraram meme dado ao tom inusitado, poderia criar o hábito de, além das espirituosas declarações, responder a imprensa e questionamentos como os do parágrafo acima.
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