Opinião

Governança Pública e o Agronegócio

Eduardo Gil da Silva Carreira
Técnico Agropecuário, Médico Veterinário e Advogado

Políticas públicas viáveis e a aplicação da Governança no agronegócio promovem maior eficiência, efetividade e eficácia. No mesmo sentido, a qualificação dos gestores e uso de tecnologia no campo propiciam a melhor compreensão do monitoramento, avaliação dos resultados e direcionamento da atividade.

O Brasil tem destacada atuação no agronegócio mundial, com projeção de crescimento da produção agrícola nacional estimada em 20%, até o ano de 2030 (Mapa), em razão de uma combinação de fatores, como investimento em tecnologia e pesquisa, extensão territorial agricultável, clima propício e capacidade empreendedora. Contudo, espera-se a adoção de ESG (Environmental, Social and Governance), para atender as oportunidades de crescimento. A pouca ou falta de robustez de Governança junto da falta de infraestrutura, são obstáculos que comprometem os melhores resultados do agronegócio; em que pese ser um dos mais dinâmicos e inovadores segmentos da economia. Os desafios enfrentáveis e superáveis para incrementar a competitividade, passam pela mudança cultural de comportamento do gestor, a fim de atender as exigências do mercado-consumidor, visando promissoras oportunidades.

A OCDE decidiu, por unanimidade, dar início ao processo formal de ingresso do Brasil na organização, fortalecendo a proposta de Governança Econômica Global. O convite resulta do trabalho diplomático do Itamaraty, bem como da ativa participação do Ministro do TCU, Augusto Nardes, junto à organização, a fim de implantar melhores práticas regulatórias para agregar maior valor nos serviços públicos. A adesão à OCDE contribui para promover o dinamismo da economia brasileira e atrair investimentos, com geração de emprego, renda e oportunidades empresariais, aprofundando a integração internacional do Brasil. A OCDE, juntamente com a FAO, propõe uma estrutura comum e uma referência aplicável globalmente para ajudar as agroempresas e os investidores a contribuir para o desenvolvimento sustentável. As orientações incluem diligências baseadas no risco de suas operações e cadeias de abastecimento. Ao implementar essas recomendações, as empresas podem sistematicamente monitorar, avaliar e direcionar as ações, mitigando potenciais impactos negativos associados aos seus investimentos. Ciente dessa conjuntura favorável e a intervenção de pessoas qualificadas na gestão da atividade, projeta-se evolução e positivo saldo na potencialidade do agronegócio.

O Brasil é o terceiro exportador mundial de produtos do agronegócio, conforme World Trade Statistical Review 2023 da Organização Mundial de Comércio, e possui enorme capacidade de expansão. O incentivo e adoção dos mecanismos de Governança na atividade agropecuária de longo prazo, a competente articulação intersetorial para atendimento das pautas favoráveis, com representação política capacitada, refletindo sobre as oportunidades e os desafios, trazem perspectiva de futuro promissor e sustentável.

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