Marcelo Oxley

Inter: um torcedor inusitado

Infelizmente a dupla Bra-Pel nos dá brechas para comentar sobre a situação de outras equipes. Brasil e Pelotas só jogarão em 2024 e, por ora, vamos apostar nossas fichas no Farroupilha, o nosso querido Fantasma que representará todos os pelotenses nos próximos meses.

Vamos dissertar sobre o Colorado da Capital que fará, amanhã, o primeiro jogo da semifinal da Libertadores frente ao Fluminense, do técnico da Seleção Brasileira, Fernando Diniz. O Inter contará com um ilustre torcedor, na minha humilde opinião: Renato Portaluppi.

Primeiramente, gostaria de escrever sobre Portaluppi. A meu ver, já poderia ter tido uma oportunidade na Seleção. De temperamento firme, Renato é um dos melhores treinadores em atividade no País. O que ainda lhe prejudica é a maneira como lida com jogadores "grandes". Foi assim quando treinou o Flamengo. Todavia, se conseguir trabalhar com outra postura é um forte candidato à Copa de 2026.

Em 2008, frente a um Maracanã com quase 80 mil torcedores, Portaluppi desperdiçou, com o mesmo Fluminense, a chance do título da Libertadores, sendo derrotado nas penalidades pela LDU. É o ápice do time carioca até aqui. Jamais o fluzão conseguiu tamanha façanha. Se eliminar o Internacional de Enner Valencia, por coincidência, o tricolor das laranjeiras fará nova final no Maracanã, 15 anos depois.

Para quem Portaluppi torcerá? Para o maior rival gremista ou para o time que ele levou até a Final em 2008 e que conta com o treinador que está no cargo que cobiça (Seleção)? Analisemos: se o Colorado vencer o Fluminense e, as coisas não andarem bem na Seleção, Renato poderá ter o seu nome ventilado, mais uma vez, pela CBF. A credibilidade de Diniz não estará tão alta como atualmente. Porém, se o Fluminense conseguir o teu trunfo e sagrar-se campeão do continente, Diniz conseguirá o que Portaluppi não conseguiu. E mais; fortalecerá o seu nome para os anseios de uma Seleção que vem amargurando resultados ridículos nas últimas Copas.

Obviamente se questionado, pela experiência que lhe é peculiar, Portaluppi dirá que o seu pensamento está voltado ao Grêmio, o qual luta por uma vaga à Libertadores de 2024. Mas deverá na noite de quarta-feira assistir ao jogo e torcer, numa medida leve e discreta, para o Colorado. Mesmo que, se sagrar-se Campeão, o Internacional se igualará em títulos da Libertadores com o tricolor gaúcho e, assim, teríamos as maiores bandeiras futebolísticas do Estado com três taças. Quem diria?

O futebol não é apenas uma caixinha de surpresas é uma roda-gigante de emoções e situações inusitadas. Jamais os seus maiores especialistas poderiam imaginar essa circunstância. Se um torcedor gremista for questionado, com certeza me chamará de louco, por outro lado, há algo maior que uma paixão; futuro particular.

A estrada colorada ainda requer cuidado. Do outro lado há muita experiência e tarimba. Além do mais, se conseguir deixar para trás o Fluminense, Boca Júnior ou Palmeiras estarão no Maracanã para a grande final. Contudo, quanto maior o número de torcedores melhor e, quando se trata de Renato Portaluppi, a régua é ainda maior. Ganha o Inter!

O Rio Grande do Sul, independentemente de suas cores, deve parar na noite de quarta-feira; metade para torcer, a outra para secar e Renato, bem discretamente, querendo que o Inter vença, mas não se sagre Campeão.

Aguardaremos o desfecho. Apenas o futebol é capaz de nos trazer essas experiências. Viva o futebol! Aos times de Pelotas, nós merecemos muito mais...

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