Editorial
Mortes evitáveis
A matéria que dá a manchete da edição de hoje do Diário Popular aponta o retrocesso que Pelotas vem vivendo no que diz respeito a mortes no trânsito. Um índice que por muito tempo se comemorou os recuos e agora, inacreditavelmente, volta a crescer. Nos primeiros onze meses, foram 31 vidas perdidas. Praticamente três por mês. Números assustadores (e já desatualizados, já que dezembro iniciou com outra morte) em uma cidade plana e com sinalização de trânsito decente. Estaria, então, a imprudência sendo o fator que gera isso?
Os números mostram que as noites de sábado são as piores nesse sentido. Todos sabem que a mistura álcool e volante não dá certo. Foi uma virada que começou, principalmente com as blitze e atividades de conscientização aos montes. Hoje, parece que isso mudou. Com o sucesso do passado, afrouxamos e criamos uma nova geração imprudente? Paramos de trabalhar preventivamente? Há menos blitze e operações de balada segura que no passado?
Um outro ponto a ser cuidado é o celular. Se, por muito tempo, se bateu na tecla de que atender ligações era um problema pela distração, hoje com a comunicação majoritariamente por mensagens de texto, tudo ficou pior. Os olhos desviam e, dois segundos podem ser suficientes para causar uma catástrofe. É bastante comum, preste atenção, que ao parar num semáforo ou engarrafamento, os motoristas já saquem o celular e grudem o olho na tela. Os tempos acelerados que vivemos tornam natural uma imprudência absurda e, talvez, aí esteja outra explicação para essa tragédia comunitária que estamos noticiando hoje.
Cabe às autoridades identificar essa causa e proporcionar um novo cenário para 2024. Talvez a instalação de semáforos, mesmo tão criticada, acabe ajudando a desacelerar em alguns cruzamentos. No entanto, muito além de cobrar poder público e gestores de trânsito, é fundamental uma mudança de comportamento para não termos um trânsito tão bélico, agressivo e mal educado em diversos fatores, que são, de uma maneira ou outra, preponderantes para a criação desse cenário. E cabe a todos tornar esse assunto de novo um tema de debate em casa, em rodas de amigos e tudo mais. Beber, teclar ou acelerar muito é uma irresponsabilidade e não há nada de legal ou corajoso na imprudência atrás do volante.
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