Editorial

Movimentação recorde

A Portos RS, estrutura do Estado responsável pelos terminais portuários, divulgou ontem os dados sobre a movimentação de cargas no sistema gaúcho. E com números históricos. Como é possível conferir com mais detalhes na página 9 desta edição, entre janeiro e março de 2022 os portos do Rio Grande do Sul tiveram o melhor resultado da história para um primeiro trimestre anual.

Segundo o levantamento oficial, as três estruturas públicas administradas pela Portos RS, somadas aos terminais privados existentes no Estado, receberam 935 embarcações. Como não poderia ser diferente, é em Rio Grande a maior concentração de todo esse vai e vem de navios e outros meios, totalizando 772 entre Porto e Superporto, o equivalente a mais de 80% de tudo que atraca em águas gaúchas. Na segunda posição está o Porto de Pelotas, responsável pela movimentação de 130 barcaças. Só depois, bem distante, aparece Porto Alegre, com 33 embarcações.

Os números mostram, além do importante avanço nos portos gaúchos, a relevância que os terminais da Zona Sul possuem para a infraestrutura logística do Rio Grande do Sul. Afinal de contas, é via Rio Grande que saem para o mundo os principais produtos de exportação do Estado, como por exemplo as milhões de toneladas de alimentos colhidos dos nossos campos, mesmo em períodos difíceis como o atual, de estiagem, e que têm como destino países como a China, Portugal, Arábia Saudita e tantos outros. No caso de Pelotas, ganha destaque ainda a grande circulação interna, com embarcações de madeira com destino à indústria de celulose que, como outro benefício, também serve para baratear custos de transporte e evitar a circulação de milhares de caminhões pelas rodovias. Do total de 311,6 mil toneladas embarcadas no terminal pelotense, 281 mil foram de madeira.

À primeira vista, um recorde como esse pode até parecer apenas mais uma série de números, navios, toneladas. Contudo, são também a confirmação de que há enorme potencial de crescimento nos portos gaúchos atuais, especialmente em Rio Grande e Pelotas. Potencial este que precisa servir como trunfo para que o Sul do Estado não seja apenas caminho por onde chegam e saem cargas, mas fundamentalmente onde se possa produzir, gerar mais riqueza atraindo indústrias e empresas capazes de ampliar a oferta de empregos, aumentar a arrecadação dos municípios e gerar valor agregado. Tal qual nossos portos, nossa região conta com muita mão de obra especializada nas mais diferentes tarefas, das mais simples às que exigem maior conhecimento em tecnologia e pesquisa. Nossos terminais são uma forma não só de ligação aquaviária com o mundo. Podem ser a conexão entre nossas capacidades, hoje represadas, e o desenvolvimento acelerado. Regional e estadual.

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