Opinião

O ano termina e nasce outra vez

Por João Carlos M. Madail
Economista, Professor, Pesquisador e Diretor da ACP
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Há mais de 440 anos, seguimos o chamado calendário gregoriano, que foi criado em 1582 pelo Papa Gregório XII (1582 - 1585). A contagem de um ano, segundo o calendário, começa com uma volta do planeta terra em torno do sol que demora 365 dias e mais algumas horas. Com exceção dos povos Mulçumanos, Chineses, Judaicos, Etíopes e Tailandeses - que não comemoram o novo ano em 1º de janeiro -, o restante da humanidade comemora com feriado e muita festa e esperança a passagem do ano velho para o ano novo.

Passadas as festas estamos finalmente em 2024 e já é hora de trocar o calendário. Para alguns é um novo ano, novas esperanças, novas conquistas, ou seja, tudo vai mudar para melhor. Para outros muda apenas o calendário e tudo continuará igual, pois quem deve mudar são as pessoas, seus modos de vida, seus sonhos, suas aspirações. Sonho é o desejo vivo, a aspiração, apenas o anseio, ou seja, é a idéia ou os objetivos que se quer alcançar. A mudança para o novo ano poderá ocorrer se tivermos um novo projeto, ou um sonho tirado do mundo imaginário e colocado no papel, no mundo real, com o objetivo de visualizar-se melhor onde estamos e quais caminhos deveremos seguir para chegar onde se deseja.

A questão é que as pessoas têm resistência às mudanças por várias razões. Para alguns existe certo medo do desconhecido, não se arriscam por falta de boas informações, medo de perder o poder e até falta de recursos para colocar em prática o sonho. Por outro lado, o ano será mesmo novo se não repetirmos os erros dos anos anteriores. Num cenário de desentendimentos, egoísmos, guerras incompreendidas, se tudo isso não mudar, o novo ano não mudará. O ano será verdadeiramente novo se a humanidade entender o sentido da paz, do abraço, do elogio, do agradecimento.

As pessoas devem ser o centro das atenções, independente das suas convicções religiosas, políticas, sociais, raça ou cor de pele. O ano será novo se as pessoas agradecerem mais e reclamarem menos, serem mais honestas (inclusive consigo mesmas), que possam ter o caráter e a força que o universo precisa para realizar as mudanças urgentes que os habitantes do planeta necessitam para as suas próprias sobrevivências. O certo é que o tempo vai passar, com ou sem a presença dos sobreviventes de agora. Tudo aquilo que planejamos e não executamos já passou. O tempo vai passar, segundo após segundo, dia após dia, mês após mês, ano após ano. Do ponto de vista do universo nós não representamos nada, o que tivermos que fazer, façamos agora, o nosso tempo está sendo contado a cada segundo. Mudanças significativas levam tempo e até anos, mas, como diz o poeta, "uma grande caminhada começa com o primeiro passo". Já estamos no novo ano, momento para refletirmos sobre o que se pretende fazer a partir de hoje para mudar a nossa forma de lidar com a vida.

Como já foi dito, o mundo não vai mudar, o que muda somos nós, a nossa maneira como percebemos o mundo. Se decidirmos mudar, o mundo muda e se pode afirmar que se trata de um novo ano, pois a nossa percepção mudou, porque os nossos valores, as nossas crenças e paradigmas mudaram. Lembrem-se é a humanidade que constrói o mundo e tudo que está ao seu redor. O ano novo é só o dia seguinte nada mais, mas ainda dá tempo para corrigir o que se fez de errado, pois temos mais 365 dias para correr atrás do prejuízo, consertá-lo e comemorar o novo ano como o da verdadeira mudança. Nenhum ano será novo enquanto nós não nos renovarmos. Todas as pessoas são desafiadas a provar esse processo de renovação, porque não iniciar agora? Afinal o ano nasceu outra vez.

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