Marcelo Dutra da Silva

O "E" do ESG das empresas sustentáveis

Marcelo Dutra da Silva
Ecólogo
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O ESG está na pauta do dia e a sigla do inglês para Ambiental, Social e Governança vem se projetando como o denominador comum nas transações de produção e consumo, em múltiplos ecossistemas de negócios. Aos poucos (e não tão devagar como se pensa) novas oportunidades estão sendo criadas, empresas estão se descobrindo e outras se consolidando no mercado verde e sustentável. O "E" do ESG é o grande "X" da questão.

Empresas que rediscutem suas práticas, que reavaliam suas condutas e as formas como se apresentam e impactam a sociedade, são empresas que se reposicionam no mercado, imprimindo novos significados, revelando o verdadeiro propósito. Empresas inseridas na cultura ESG são empresas saudáveis, justas e responsáveis. São empresas prósperas, que visam no resultado financeiro, o bem-estar social e a proteção do meio ambiente. E este é o ponto!

Toda empresa, não importa o tamanho, a modalidade, o setor... Empresas do campo, da indústria, do comércio e prestam serviços... Todo tipo de empresa faz uso de recursos naturais. Este é o principal capital de qualquer negócio. Pode ser o solo, a água, o campo, a floresta, o sol, o vento, o petróleo... Todo bem mineral possível. Não tem negócio sem desdobramento de recursos naturais; não tem economia sem transformação da natureza; não tem atividade econômica sem impacto, mas a escolha é inteiramente nossa. Boas práticas, métodos modernos de produção, controle, fiscalização, investimento, tecnologia…

Quando uma empresa atua com responsabilidade ambiental o impacto sobre o ambiente é menor, com repercussão positiva sobre a vida das pessoas. E esta é uma conexão que vai além da sensibilidade ou defesa do meio ambiente (algo que é mais comum de ser mostrado), também vai além da exigência legal ou daquilo que já faz parte do contexto do negócio (isso é compliance e materialidade). Empresas que realmente adotam práticas de responsabilidade ambiental são empresas que mudam e se ajustam, nos mínimos detalhes.

A agenda ambiental da cultura ESG de uma empresa é algo que leva a mudanças profundas de comportamento. E esta é uma conexão de propósito que mexe com os valões da empresa, em todos os sentidos. Não basta dizer que defende o verde, tem que se mostrar verde em todos os aspectos do negócio e inovar para além das exigências. A manutenção de áreas naturais no campo, por exemplo _ de áreas de preservação permanente e reservas legais _, são exigências do mínimo legal, previsto para qualquer empresa de produção rural. Portanto, uma obrigação da Lei que como tantas são atendidas pelas diferentes atividades econômicas. Negócios sustentáveis precisam oferecer algo mais.

Empresas sustentáveis que tenham atenção à mudanças climáticas, para dar outro exemplo, que buscam avançar em estratégias de baixo carbono, seja melhorando o manejo, incorporando novas tecnologias ou estabelecendo rotinas de eficiência; são empresas que reservam preocupações quanto a origem dos insumos, com a procedência da matéria-prima e que mantêm relacionamentos saudáveis com fornecedores; são empresas que não desperdiçam materiais, nem tempo e nem recursos em temas que fogem ao propósito do negócio; são empresas que não se expõem politicamente, que não tomam partido em questões polêmicas e divisórias, que não propagam animosidades e que percebem rápido que um ambiente de trabalho saudável tem forte repercussão nos lucros, na qualidade do trabalho, no social... No "S" do ESG, matéria do próximo texto.

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