Editorial

O que nos espera em 2024?

Com a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 tramitando na Câmara de Vereadores de Pelotas, os números destrinchados ficam ainda mais assustadores. Há semanas se fala no déficit previsto de R$ 282,7 milhões e, somado ao atraso salarial do mês de novembro e as péssimas perspectivas da possibilidade de vir a atrasar próximos salários, criou-se uma preocupação coletiva com as contas do Município. Porém, agora, sabe-se que há ainda mais preocupação em jogo.

Mesmo já prevendo fechar 2024 no vermelho, a Prefeitura apresentou a LOA propondo menor investimento nos dois setores mais sensíveis da administração municipal: a educação. Tudo isso gera preocupação no serviço que vai ser prestado na cidade. Se, atualmente, o leitor do DP depara-se quase que diariamente com notícias sobre carência nessa área - fica a lembrança de diversas escolas com questões estruturais pendentes e constante falta de material humano, o que podemos esperar para 2024? Um alento é a saúde, com aumento de cerca de mais de R$ 40 milhões em relação a 2023, um ano com tanto sofrimento no setor e ainda com o fantasma do fechamento de leitos.

Na edição de final de semana o DP traz entrevista com a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) explicando um pouco de como funcionam os cofres do Município e o motivo para outras áreas, como iluminação e trânsito, estarem tendo investimentos. A resposta é que têm orçamentos que vêm com destinação específica. Na mesma matéria, Paula lembra que áreas como infraestrutura viária acabam sofrendo pela falta de dinheiro já que, naturalmente, prioriza-se outras questões do orçamento livre, como o próprio pagamento de salários.

Porém, diante do cenário que se vê agora e do que se prevê para 2024, não há como não ficar preocupado. Com menos dinheiro em caixa, investimento mais curto em áreas sensíveis e baixa perspectiva de socorro federal ou estadual, que parecem não se importar com o que ocorre nos municípios, qual será a Pelotas do ano que vem? Ainda mais buracos? Ainda mais crise na saúde? O servidor público trabalhando sem saber se no fim do mês vai ver o salário?

O cenário de sofrimento não é exclusivo de Pelotas. Para os municípios, parece ser hora de apertar os cintos e torcer para que venha uma solução do além, já que de Brasília - e das capitais estaduais - é menos provável.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

A Argentina respira

Próximo

O novo Marco Legal das Garantias chega para estimular o crédito

Deixe seu comentário