Artigo

Pelotas, cidade resiliente

Por Paula Mascarenhas
Prefeita de Pelotas

Temos vivido tempos difíceis. A natureza e sua força reativa geram desafios e incertezas que põem em cheque nossa forma de viver. Neste cenário marcado por mudanças climáticas, o Brasil tem enfrentado eventos extremos que, infelizmente, têm deixado suas marcas nas cidades. O ano de 2022 nos trouxe um triste recorde: o maior número de pessoas afetadas por desastres relacionados às chuvas em uma década.

Em todo o País, foram 890.188 pessoas impactadas por eventos como chuvas intensas, enxurradas, alagamentos, inundações e deslizamentos de terra, representando um aumento de 150% em comparação a 2012. Isso é mais do que uma estatística: são vidas, famílias e comunidades que enfrentam momentos de sofrimento e desespero. A mudança climática não é uma ameaça distante, é uma realidade que atinge a todos nós, independentemente de onde vivemos. Um panorama que exige ações imediatas e coordenadas em todos os níveis. Não podemos mais adiar medidas efetivas de adaptação e mitigação dos efeitos.

Em Pelotas, já enfrentamos este ano as consequências de um ciclone extratropical e ainda estamos lidando com um cenário de chuvas intensas, com inundações e alagamentos. Estamos trabalhando incansavelmente para garantir a segurança e o bem-estar de todos. Implementamos medidas de alerta e resposta, como Salas de Crise e Monitoramento e os protocolos de resposta rápida e integrada. Nosso objetivo é garantir que as informações cheguem rapidamente à população e que estejamos prontos para agir em qualquer situação de emergência, sem que ninguém seja deixado para trás.

Temos direcionado nosso empenho para atender aqueles que estão sendo mais afetados. Nossas equipes têm se mobilizado incansavelmente para levar assistência a essas pessoas. Mesmo em condições desafiadoras, nossos profissionais se deslocam a pé nas áreas inundadas e, quando necessário, utilizam barcos para garantir que os suprimentos, como alimentos e água, cheguem a quem mais precisa, como os moradores do Pontal da Barra e da Zona Rural.

Na Colônia Z-3, chegamos a acolher e abrigar mais de 150 pessoas, mobilizando equipes da assistência social, da saúde, da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, da Brigada Militar e contando com o apoio do Exército. O trabalho conjunto dessas equipes tem sido fundamental para garantir que as famílias tenham o suporte necessário para enfrentar as adversidades causadas pelas chuvas intensas.

De maneira concomitante finalizamos e estamos apresentando hoje o nosso Plano de Resiliência para Pelotas. Este plano representa um compromisso com o futuro da cidade e da região. O documento engloba estratégias de médio e longo prazo para lidar com os desafios das mudanças, incluindo medidas de prevenção, preparação e resposta a eventos naturais adversos.

Estamos conscientes e atentos aos recentes fenômenos climáticos. Para isso é crucial destacar a importância do envolvimento da comunidade nesse processo. A população precisa estar ciente dos riscos e saber como agir em situações de emergência. Além disso, a integração entre o poder público, as instituições de pesquisa e a sociedade civil é fundamental para construir uma resiliência eficaz na região. Não podemos mais ignorar os sinais. Precisamos agir agora para proteger nossas vidas, nossas casas e o meio ambiente.

É imprescindível que unamos forças, mobilizando a ação de todos os níveis de governo, além da sociedade civil e do setor privado. Vamos trabalhar juntos para construir um futuro mais seguro e resiliente para Pelotas e toda a região.

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