Editorial
Problemas e soluções
Por seu compromisso de garantir à sociedade as informações que ela precisa ter conhecimento - ainda que algumas pessoas não gostem de ver isso publicado ou "não queiram" saber -, o jornalismo é, por vezes, apontado como o inconveniente que mostra algo que nem todo mundo está disposto a aceitar ou tem interesse na repercussão. Por isso mesmo, a impressão equivocada de parte dos leitores de notícias é de que profissionais da imprensa estão sempre atrás do problema, quando na verdade o objetivo é exatamente o oposto: ao indicar um transtorno enfrentado por cidadãos, uma falha no serviço público, uma irregularidade ou outro fato do tipo, o jornalismo profissional está, também e sobretudo, alertando para a necessidade de que aquilo seja solucionado. Presta um serviço ao leitor que eventualmente não saiba do fato - e tem o direito de saber - ao mesmo tempo em que abre espaço para que os responsáveis justifiquem ou resolvam.
Mas não é só isso. Reportagens são ainda um caminho para retratar bons resultados na solução de demandas ou o caminho que está sendo trilhado para isso. Com esse propósito, o DP trouxe no final de semana caderno especial que, tendo como ponto de partida os 211 anos de Pelotas completados neste mês de julho, elencou três áreas em que a cidade tem relevantes resultados e/ou mostra soluções parciais: saúde, segurança e tecnologia.
Embora seja impossível negar que o Município ainda possua problemas e desafios grandes nas frentes citadas - e o leitor do Diário sabe disso por ver em nossas páginas cobertura atenta a isso -, igualmente não se pode refutar que há bons sinais. Com um Hospital Regional de Pronto-Socorro em obras avançadas e o novo Hospital Escola da UFPel parcialmente executado (e com perspectivas de voltar a receber investimentos para continuidade do projeto), Pelotas reforça sua vocação de polo regional de saúde. E a tendência é que principalmente os pelotenses ganhem em qualidade e estrutura. Na segurança, os altos números de homicídios e assaltos, além dos roubos no transporte coletivo, foram significativamente reduzidos na comparação com alguns anos atrás. E, na tecnologia, é cada vez maior o reconhecimento de profissionais e empresas na área da inovação, dando vazão ao conhecimento criado e impulsionado nas instituições locais.
Pelotas, como qualquer lugar, não vive um mar de rosas. Longe disso, como nos lembram os sérios problemas em escolas públicas, postos de saúde, ruas precárias e saneamento, por exemplo. Contudo, assim como estes transtornos e desafios são e serão mostrados com o objetivo de acelerar a resolutividade, aquilo que está em bom caminho também precisa ser _ e sempre será _ noticiado. É do jornalismo.
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