Editorial
Questões de mobilidade urbana
Poucos quebra-cabeças são tão complexos quanto a mobilidade urbana. A cidade é praticamente um organismo vivo que se expande e cria braços para áreas outrora não ocupadas. É só pensar na região do bairro São Gonçalo, que deve ter dobrado de tamanho na última década com a chegada do Shopping e, por ali, pilhas e pilhas de novos condomínios, com novas ruas e novas demandas. Outra questão é as Três Vendas, que de duas décadas para cá, expandiu-se muito. Soma-se a isso, vias e avenidas projetadas há quase um século. Não fecha a conta.
O problema é a complexidade da solução. A mais simples delas é sempre colocar um semáforo e parar um lado enquanto o outro flui. O problema é que isso gera a famosa paradeira. É só observar a matéria de capa do DP de ontem, em que motoristas estavam indignados com o maior tempo de espera na Fernando Osório, entroncamento com 25 de Julho e Salgado Filho. É uma tentativa, visto que a mais certeira, provavelmente um viaduto, é obviamente inviável em tempos de crise econômica.
Uma outra questão que vem gerando revolta de muitos é o desvio do trânsito por apenas uma pista na ponte do Laranjal, que passa por reforma para evitar problemas maiores, como um impedimento total de fluxo por ali, o que praticamente isolaria todo o bairro. Muitas críticas são justas, como o timing da coisa, já que a obra iniciou bem na época em que o calor começa e o fluxo de pessoas buscando as praias aumenta. No domingo, foi um caos, filas quilométricas. No entanto, é um dos casos em que só resta ter paciência, já que é uma questão de extrema segurança.
Em uma sociedade tão carrocentrada como a nossa, e em constante expansão geográfica como Pelotas vem vivendo, a mobilidade urbana é um tema a ser repensado quase que diariamente. A atual gestão deixou claro não pretender rever o Plano Diretor, deixará para a próxima. Por um lado, faz sentido. Por outro, é mais um ano e tanto, no mínimo, em que a questão ficará sem ser examinada. E, até lá, entre crises financeiras que impedem medidas assertivas e mudanças constantes na geografia da cidade, ficaremos com soluções paliativas para o trânsito e outras coisas. E, para quem precisa locomover-se, paciência é necessário.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário