Editorial
Responsabilidades mútuas
Ao longo dos últimos meses, muitas foram as oportunidades em que foi necessário, diante dos inúmeros relatos, fotos e vídeos de moradores, registrar nas páginas do Jornal o cenário de total descontrole existente no entorno da rua Gonçalves Chaves, perto à Universidade Católica de Pelotas (UCPel). E tais reportagens e Editoriais não eram exagero. As reclamações de quem reside naquela região da cidade referindo a permanente perturbação de sossego enfrentada semanalmente comumente vinham acompanhadas de frases do tipo "algo pior ainda vai acontecer". Há algumas semanas, aquilo que para alguns poderia aparentar um exagero mostrou ser, na verdade, quase uma previsão, já que um homem foi morto em plena rua lotada, com vários tiros disparados.
A necessária cobrança sobre a Prefeitura sempre foi feita. Afinal de contas, cabe ao Poder Público a aplicação de medidas mais incisivas para garantir a ordem pública. Inclusive e principalmente o uso do aparato de segurança pública, sempre valendo-se da observação da Lei e dos direitos dos cidadãos. Todos eles. Os que querem se divertir e os que querem e precisam descansar. Contudo, a ação do Município e suas estruturas administrativas e operações policiais vinha sendo claudicante. Ineficiente.
Frente ao anunciado na sexta-feira pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), o que se vislumbra é a possibilidade de uma mudança de perspectiva. Finalmente o Município age com protagonismo sobre a questão dos transtornos na região da Gonçalves Chaves ao ter em vigor a Lei do Sossego, agora regulamentada e com punições aplicáveis. No entanto, embora seja fundamental, legislação apenas não significa a solução mágica de todos os problemas. Sem conscientização e comprometimento da sociedade, o que se tem é um jogo de gato e rato.
Ao lançar o projeto Rolê Daora, de estímulo ao engajamento da população - sobretudo jovem -, a Prefeitura dá uma cartada no sentido de unir ao papel de fiscalizadora à missão de liderar um processo que, no fim das contas, é civilizatório, visto que a convivência urbana exige de cada cidadão o comprometimento não só com seu bem-estar e lazer, mas com toda a coletividade. E, se esse entendimento ainda é precário, urge a necessidade que passe a existir. A partir de agora, espera-se um novo momento. De maior compreensão de todos, de fiscalização dos órgãos competentes e de responsabilização de quem insiste em desrespeitar a comunidade
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