Lênin Landgraf

Rio Grande, 286 anos

Lênin Landgraf
Mestre em História, diretor do Instituto Histórico e Geográfico do Rio-Grande (IHGRG)
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João Marinônio Carneiro Lages
Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande (IHGRG)

Comemora-se nesse 19 de fevereiro o aniversário de 286 anos de Rio Grande. Fundada em 1737 pelo brigadeiro José da Silva Paes, é a cidade mais antiga do Rio Grande do Sul. Seu nome se deu devido à desembocadura da Laguna dos Patos no Oceano Atlântico. Até a chegada dos portugueses ao local, a região delimitava o território dos índios Minuanos e dos índios Carijós. Muito antes da chegada portuguesa, a região de Rio Grande já estava presente nos mapas holandeses, note-se ainda a presença espanhola ao sul e oeste, fatores que levaram a Coroa Portuguesa a realizar esforços para estabelecer o controle definitivo da região. Nesse sentido, destaca-se, desde o princípio, a importância geoestratégica, geopolítica e geohistórica da cidade de Rio Grande.

O brigadeiro José da Silva Paes funda então o Forte Jesus, Maria, José, que acabou tornando-se o centro da colônia de Rio Grande de São Pedro. As estâncias de gado se tornaram comuns e Rio Grande passou a ser um ponto ideal para a ligação entre Colônia de Sacramento e Laguna. A partir de 1760, Rio Grande passa a ser a capital da nova Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, hoje o nosso Estado. Por tratar-se de um ponto estratégico, em 1763 as forças militares espanholas invadem Rio Grande, levando a capital do Rio Grande do Sul para Viamão. Os portugueses só reconquistaram o território em 1776, 13 anos após a invasão, sob comando do general Johann Heinrich Bohm.

Pioneira em diversos campos, Rio Grande foi a porta de entrada para a industrialização do Rio Grande do Sul, contando, principalmente no século 20, com dezenas de fábricas, principalmente na indústria têxtil, e com milhares de operários. Possui também a Biblioteca Rio-Grandense, a mais antiga do Estado, a Câmara Municipal mais antiga do Estado, o porto com a quarta maior movimentação do País, o clube de futebol mais antigo do País, uma respeitada e bem avaliada Universidade Federal (Furg), a Refinaria de Petróleo Riograndense, a praça Tamandaré, maior praça do interior do Estado, e inúmeros outros destacados bens e serviços.

Ainda na questão histórica e turística, é necessário que se enalteça os diversos museus instalados na cidade, os prédios históricos com a sua linda arquitetura, a praia do Cassino, que atrai turistas do mundo todo, os Molhes da Barra, a grande Festa de Iemanjá e a Festimar que se aproxima, agora remodelada.

A Noiva do Mar, como é carinhosamente chamada, soube reinventar-se ao longo do tempo, atravessando grandes crises, mas sempre buscando o caminho do desenvolvimento. A última grande crise enfrentada certamente foi a do Polo Naval, que deixou milhares de desempregados e afetou a economia como um todo. Nesse sentido, fica o pedido para que se olhe com atenção para as oportunidades que podem surgir na cidade, necessitando-se, é claro, de apoio político.

Que tenhamos orgulho de nossa cidade, que saibamos valorizar a nossa história, pois esta é o início da história moderna de todo o Rio Grande do Sul. Que saibamos, ainda, enfrentar as dificuldades e percalços do caminho como os rio-grandinos sempre fizeram. Que o futuro seja generoso com essa terra! Parabéns, Rio Grande!

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