Opinião
Rubens Amador
Por Rubens Amador
Jornalista
Procurado por uma senhora que, confessou-me ser minha leitora assídua, gentilmente pediu-me para que eu contasse a história que está vivendo, semelhante a de muitas outras pessoas como ela, carentes. Há quatro anos ela luta para que o INSS lhe conceda um benefício por estar quase cega, com um glaucoma adiantado. E nem sempre ela pode comprar os colírios, pois seu marido está desempregado há um ano. Vive da ajuda de familiares e do que ganha um filho de 20 anos de idade, que estuda de dia e à noite trabalha como garçom. Ela presentemente se encontra com visão "só para a frente", não tendo mais a periférica. Já foi periciada e seu diagnóstico confirmado: Glaucoma! Junta-se a luta que vem travando em busca de um benefício, seu estado emocional a deixou muito fragilizada por suas deficiências materiais, e com o medo de, aos 55 anos de idade, ficar completamente cega.
Tem feito uma peregrinação incrível, entre o INSS, advogados do Estado, apelos vários, sem que até aqui tenha uma esperança de socorro de nosso governo, que gasta muito mal, segundo a imprensa, o dinheiro dos nossos impostos. Quanto aos nossos representantes das casas congressuais, ficou sabendo que eles e seus familiares desfrutam de alto atendimento nos melhores hospitais do País sem precisarem despender um centavo. O governo, segundo ela, é complacente, nada deixa faltar, e oferece o melhor aos poderosos, enquanto às pessoas pobres têm de mofar em filas intermináveis, desde as quatro horas da manhã para conseguirem uma ficha; inclusive quem precisa voltar à perícia médica por qualquer motivo. Diz ela: "tudo é difícil para quem é pobre e precisa de um socorro médico em nosso País".
Quase cega, pediu-me que fizesse um apelo público às autoridades da saúde para que se interessem pelo drama que vem atravessando, quando eu lhes daria seu nome e endereço, que confiou-me. Basta um telefonema aqui para o nosso jornal. Agora sou eu que falo: Bastaria um milésimo do que roubou o ex-governador do Rio preso com sua excelentíssima esposa; o Sr. Sérgio Cabral, e mais alguns outros, que só falam em milhões e milhões como propinas, para que milhares de casos tristes como o que acabei de narrar pudessem ser atendidos. Isso para não falar em mensalão, em petrolão, ou nos importantes denunciados de pegarem propinas, e outros semelhantes, referidos. A senhora pobre que me pediu apelar por ela, só não quer ficar cega, um direito proclamado nos Direitos Humanos Universais, tão apregoados todos os dias. Ela pede socorro antes que as trevas cheguem. E eu sou solidário com ela ante a injustiça que vem sofrendo.
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