Opinião
Tudo é relativo, não só os ratos….
Por Paulo César Olmedo
Engenheiro Civil
Tempos atrás li, em uma reportagem no DP, sobre a proliferação de ratos nos centros urbanos. Pois essa praga, além da Covid-19 e agora da epidemia de dengue, não é uma realidade de hoje. Talvez a mídia e os detentores do poder tenham se apercebido apenas agora, mas existe desde que o mundo é mundo, relembre a peste bubônica na idade média, provocada pelos roedores que coabitam conosco.
Nós, humanos, somos os verdadeiros culpados por deixarmos o ambiente propício para tal. Nosso lixo doméstico tem alimentos suficientes para eles se alimentarem e procriarem, na velocidade que a natureza lhes propicia. Eles comem de tudo, desde frutas até ovos de passarinhos. Estão perfeitamente adaptados ao nosso universo atual. Esses são os ratos que as autoridades sanitárias banalizam. São caso de saúde pública, pois transmitem doenças, inclusive letais se não tratadas a tempo, como a leptospirose.
Mas temos muito mais com que nos preocuparmos além dessas ratazanas e de nossos políticos corruptos, ratos do poder. Assisti a crítica de uma jornalista sobre as declarações feitas sobre as eleições na Venezuela por nosso principal mandatário. Ela foi taxativa e disse que a democracia não é relativa, como ele se refere quando discursa, mas sim absoluta.
Bem, aqui no Cassino, já faz muito tempo que a quantidade de cachorros de rua, que não são ratos, tomou conta do balneário, inclusive da orla. No inverno, quando não há mais veranistas churrasqueiros para eles se deliciarem com as sobras, acabam virando pescadores sem redes. Já presenciei na foz do canal pluvial da rua Rio de Janeiro, uma verdadeira matilha pescando agilmente com a boca. Pois esses animaizinhos, que eu adoro e até tenho um há 13 anos, ficam ao léu na área urbana, fazendo suas necessidades nas calçadas e comendo restos das latas de lixo. Verdadeiros sobreviventes, pingentes da sociedade tentando chegar até a próxima temporada de verão: a época da fartura. Claro que existem as ONGs que distribuem ração, botam casinhas nas ruas em frente da casa dos outros, vestem os coitadinhos com roupas que lhes causarão mais danos que proteger do frio, como dermatites e outras perebas.
Outro problema, quase uma praga verde, são as caturritas que tomaram conta da Avenida Rio Grande e arredores. Elas têm verdadeiras colônias nos eucaliptos, pois suas habitações são coletivas e estão ficando cada vez maiores, são os arranha-céus ornitológico do século21. Num dia ventoso, em que o rebojo soprava aquela aragem rápida e fria do polo sul, um ninho, estatelou-se no solo, ainda bem que não foi na cabeça de alguém, senão esse alguém teria trocado de plano, do nosso para o espiritual. Se você verificar cuidadosamente, verá que esses ninhos além das pragas como ervas de passarinho, barba de bode, entre outras, estão matando a identidade visual do Cassino, que são os eucaliptos frondosos, onde antigamente cruzavam as maria-fumaças. Além das caturritas, temos as pombas, cujas fezes produzem uma bactéria letal para os humanos, e se reproduzem em uma velocidade fenomenal, chocando de três a quatro vezes por ano, pois vivem namorando e carimbando os corrimões dos sobrados da praia. Sua quantidade se fosse quantificada seria em progressão geométrica.
A última praga somos nós, humanos, que abandonamos nossos cachorros nos finais de temporada de praia; que oferecemos o peixe para os nossos semelhantes ao invés de ensiná-los a pescar; que não aprendemos a harmonizar com o ambiente em que vivemos e olhamos constantemente só para nosso umbigo, além de perdermos tempo defendendo Lula ou Bolsonaro e algumas ONGs que nada fazem além de propaganda de si mesmas e arrebanhar verbas governamentais. Porém, como diria Ruy Barbosa, nem tudo é relativo, mas nem sei se ele disse isso.
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